O Quarto de Jack, Lenny Abrahamson












Nessa temporada selvagem de caça-prêmios, os principais filmes que buscam a sua indicação ao Oscar são lançados tanto em festivais quanto nos grandes cinemas. Apesar de fugirem do comercialismo dos blockbusters, estes filmes também sofrem os males de pensarem apenas nas premiações, deixando a real emoção de um filme de escanteio e focando apenas no drama barato cultuado pela Academia. Contudo, isso não se aplica a todos os filmes. Alguns conseguem se destacar pela sua sensibilidade e honestidade. Alguns, mais além, conseguem marcar o seu nome para o grande mural de filmes que você precisa assistir na sua vida. Este é o caso de O Quarto de Jack (Room, 2015).

Jack (Jacob Tremblay) é um menino de apenas cinco anos que vive com a sua mãe (Brie Larson) no Quarto. Além de sua mãe, a única pessoa que Jack conhece é um homem chamado Old Nick (Sean Bridgers). O Quarto é tudo o que o menino conhece, além das coisas que vê na televisão. É seu mundo. Porém, o que Jack não sabe, é que sua mãe foi sequestrada por Old Nick há sete anos e é mantida como refém neste pequeno Quarto. Ma, a mãe, se vê na missão de conseguir sair daquele Quarto e apresentar o mundo real ao seu filho. Jack, então, se vê diante do grande mundo que lhe aguarda além da porta de seu pequeno Quarto.

Lenny Abrahamson já mostrou seu talento com o filme estrelado por Michael Fassbender, Frank (2014). Aqui, contudo, ele explora, de maneira delicada e sensível, as primeiras experiências de uma criança no mundo. Só que, no caso, um mundo onde esta criança não está habituada, conhecendo uma realidade muito aquém da em que nasceu e foi criada. A fotografia cria uma ambientação ampla dentro do pequeno Quarto, mostrando como aquele espaço é grande aos olhos do menino, e como o mundo é infinito e confuso do lado de fora.

As atuações de Brie Larson e Jacob Tremblay são perfeitamente encaixadas e bem construídas. A relação mãe e filho é emoldurada naturalmente, criando traços de afeição e carinho sem precisar ser representado fisicamente, apenas por meio de olhares ou palavras sutis. Qualquer um dos dois atores se destaca dentro do seu papel; Brie como uma mulher traumatizada que tem o filho como seu último pedaço de esperança, e Jacob como um menino curioso em descobrir o mundo real.

O Quarto de Jack tem sido um dos maiores destaques de 2015, tanto pelo seu tema pesado quanto pela sensibilidade com que ele é trabalhado. Baseado no livro Quarto, de Emma Donoghue, a tensão e a inocência contracenam perfeitamente, levando a um misto de emoção e beleza em uma situação terrível e, infelizmente, comum no mundo. O tipo de filme que fica marcado na memória por sua simplicidade e, acima de tudo, honestidade.

1 comentários:

  1. As apresentações deram um toque especial ao filme. Jacob Tremblay mostrou o quão bem preparado ele é. O papel que realizo em a Refém Do Medo é uma das suas melhores atuações, a forma em que vão metendo os personagens e contando suas historias é única. Na minha opinião, este foi um dos mehores filmes terror que foi lançado. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio O filme superou as minhas expectativas, o ritmo da historia nos captura a todo o momento. Jacob Tremblay esta impecável. Ele sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções.

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