“A vida é um dom. Não a desperdice. ”
A protagonista dessa história é Madeline Whittier, uma garota de dezoito anos que nasceu com a chamada “doença da bolha”, a Imunodeficiência Combinada Grave (IDCG). Essa doença já foi utilizada em alguns livros e filmes, até baseados em histórias reais (Como “Bubble boy” – O Garoto da Bolha). Basicamente, a pessoa não possui um sistema imunológico desenvolvido para nada, e entrar em contato com qualquer coisa que nós consideramos comuns, como o ar, pode desencadear uma crise alérgica fatal.
A mãe de Maddy é médica e equipou a casa de modo que todo o ar seja filtrado e que seja sempre o mais seguro possível. Isso inclui todos os móveis e paredes brancos, para facilitar a visualização da sujeira. Enquanto ela trabalha, Maddy fica com a enfermeira, Carla, que é uma personagem apaixonante. Carla é quase sua segunda mãe e faz de tudo para que a vida dela no confinamento seja a melhor possível, mesmo quando isso parece impossível.
Durante o dia, Madeline tem aulas por Skype, lê muitos e muitos livros – afinal, tudo o que ela tem é tempo – e à noite joga com sua mãe jogos inventados por elas, além de assistir filmes. Tudo se complica quando uma nova família muda para a vizinhança e o filho, Oliver, traz um bolo até a casa dos filtros. Nem ele nem o bolo podem entrar. É aí que a diversão começa, graças à nossa querida internet.
Madeline e Oliver se tornam um casal bem incomum. Por conta da doença de Maddy, eles não podem se ver por algum tempo e não podem se tocar. A princípio, funciona como ter um relacionamento à distância, com a diferença de que seu namorado é seu vizinho. Eles conversam pela janela e pela internet e tudo é bem bonitinho. Até que isso passa a não ser o bastante.
A proteção absurda da mãe, justificada pela doença da filha, é vista como preocupação racional além de excessiva e tudo fica bem naturalizado no ambiente construído. Afinal, o que você faria se alguém da sua família tivesse IDCG? O hábito de Olly de sentar no telhado e se isolar da família também é justificado. Carla parece ser naturalmente boa e atenciosa, tratando Maddy como muito mais do que apenas uma paciente. Tudo se encaixa como um quebra-cabeças durante o livro todo.
O livro trata do problema da violência doméstica, com os pais de Olly e o ódio que o garoto alimenta do pai e também da mãe, que aceita e perdoa o marido. Uma das mensagens que recebi desse livro foi justamente quão complicada e multifatorial é a questão de abandonar o agressor quando você tem filhos e não tem um emprego – pelo menos é isso que dá a entender. Você passará por muitos dilemas psicológicos ao longo da história se prestar atenção suficiente.
A escrita de Nicola Yoon é mais do que apropriada para adolescentes: é perfeita. Rápida, envolvente e simples. Devo dizer que esse lançamento da editora Novo Conceito foi o melhor Young Adult que li esse ano. É muito fácil se afeiçoar aos personagens principais e torcer por eles, além de todas as reviravoltas que temos e, principalmente, do final. QUE. FINAL.
Tenho certeza que mesmo não sendo fã de romances como eu, qualquer pessoa pode encontrar algo interessante aqui, nem que seja para repensar a liberdade que possui e o privilégio de poder olhar o mundo, caminhar pelas ruas. Adoro ler livros, cada um é diferente na narrativa e nos personagens, é bom que cada vez mais diretores e atores se aventurem a realizar filmes baseados em livros. Adorei 7 Minutos Depois da Meia Noite, dos melhores filmes drama , porque tem toda a essência do livro mais sem dúvida teve uma grande equipe de produção. É muito inspiradora, realmente a recomendo.
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