A Condenação, Tony Goldwyn





Por melhor que seja seu relacionamento com sua família, você passaria a sua vida inteira tentando provar que seu irmão é inocente de uma acusação de assassinato? E mesmo que a sua resposta seja não, até onde você iria para ajudá-lo? Quantos anos são o bastante para te fazer desistir?

Betty Anne Waters (Hilary Swank) é essa irmã perfeita e dedicada. E ainda mais, ela existe. Isso mesmo, o filme é baseado em uma história real, um erro judicial absurdo que fez com que Kenny Waters passasse dezoito anos preso. Em 1980, uma mulher foi assassinada e o crime tinha um toque de crueldade, não apenas um crime passional ou por acaso. Kenny foi o principal suspeito, com apenas dois depoimentos dizendo que era um adolescente briguento e a tipagem do sangue encontrado no local o crime, que era apenas do mesmo tipo de Kenny. Sem prova alguma.

Os dois irmãos tiveram uma infância horrível, composta por uma mãe completamente irresponsável e despreparada, que perdeu a guarda dos filhos, então por uma série de lares adotivos. Isso explicaria o comportamento agressivo de Kenny como valentão. Seria isso o suficiente para leva-lo a cometer um assassinato?

Betty Anne vive desde então obcecada com a condenação do irmão e é a única que acredita na inocência dele. Com isso, seu marido a abandona e até seus filhos decidem que querem morar com o pai. Ela está ocupada com a faculdade de direito, com o único objetivo de ajudar seu irmão. Com o teste de DNA, sua esperança retorna e ela passa a viver com toda a sua atenção, tempo e esforço direcionados para o caso. O problema é: será que as evidências e o sangue encontrado no local ainda existem?

A escolha dos atores foi ótima, apesar de não serem tão parecidos para serem irmãos, tudo se torna crível pela atuação e pela combinação que, de alguma forma, foi muito harmônica. A forma como a história foi construída te insere no local, independente da cena ser nos anos 70, 80 ou 90. O resultado foi um filme dinâmico e, ao mesmo tempo, pessoal.

Entre 1989 e 2010, 242 sentenças foram anuladas, sendo 17 dessas para prisioneiros que aguardavam no corredor da morte, por testes de DNA feitos posteriormente. A partir desse dado, imaginem quantas amostras foram destruídas ao longo dos anos. Se houvesse a pena capital (ou “de morte”) no estado de Kenny Waters, Massachusets, um inocente teria perdido a vida. Policiais cometem erros. O sistema judiciário comete erros. PESSOAS cometem erros. Estamos mesmo dispostos a arriscar a vida de alguém totalmente inocente em uma incerteza dessas?

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