O Exorcismo, Thomas B. Allen



Este livro foi uma cortesia da editora Darkside Books

O Exorcista, filme de William Friedkin de 1973, levou muitos espectadores a repensarem suas crenças e a espectadores céticos duvidarem da sua falta de crença. O filme chegou a ser indicado a 10 oscars e se tornou um ícone da cultura pop em matéria de terror. Hoje, em 2016, mais de 40 anos depois, a Darkside traz aos seus leitores um livro com o intuito de te contar que aquilo que todos temem foi real.

Robbie (nome ficcional para fins de proteção de indentidade real) é um menino que recebe da sua tia uma tábua Ouija. Essa tábua é utilizada, em forma de brincadeira, pelo menos em teoria, para se comunicar com entidades de outro plano. Após começar a usar o objeto, o menino começa a demonstrar sinais estranhos. Nessa mesma época, a tal tia de Robbie falece e a família se muda, acreditando que as manifestações sobrenaturais seriam uma tentativa da tia de se comunicar. A mudança não adianta e os arranhões, barulhos e passos continuam. Até que as manifestações passam a ser mais que isso.

Uma jogada brilhante do livro é estabelecer uma progressão narrativa muito bem executada, quase como se a história não fosse real. Mas é, lembre-se sempre disso. Os sinais de possessão começam com sons pela casa e aumentam, com representações físicas no garoto, como ferimentos e palavrões proferidos em gritos guturais. Todo esse processo é meticulosamente detalhado a ponto de dar aflição! E é agora que entra a consciência de se tratar de uma história real. Ao ler tais atrocidades acontecendo em alguma história planejada, você até sente empatia pelo personagem, mas, sabendo que foi algo real, a preocupação é bem maior.

“Não vou embora até que uma certa palavra seja pronunciada, e este garoto nunca a dirá!”

O Exorcismo é um livro não ficção que relata a história do caso de possessão de um menino, baseado nas anotações do diário de um padre ajudante que participava dos rituais de exorcismo. Muito do valor do livro se encontra aí: não foi espectador da cena que produziu o material inicial para a pesquisa, foi alguém que estava diretamente envolvido com o acontecimento. Thomas Allen se manteve, ao longo do livro, fiel ao seu papel de jornalista. Ele não deixou que suas crenças pessoais interferissem no trabalho que tinha a fazer. Um sinal disso é a apresentação de explicações alternativas para os acontecimentos variando de, assim como no filme, uma legítima possessão demoníaca até um distúrbio psicológico infantil.

William Blatty, autor de O Exorcista, procurou William Bowdern, o assistente que escreveu o diário da possessão, na época em que colhia dados para escrever sua obra. Bowdern, seguindo conselhos do arcebispo, não se envolveu com a produção do livro, mas isso não evitou que Blatty utilizasse dos dados do caso de Robbie como inspiração para sua história.

A edição do livro, sem surpresa nenhuma, é linda! A capa tem textura na figura do crucifixo e o marcador é a peça complementar ao tabuleiro Ouija que vem impresso no verso da capa e da contracapa. Use da maneira clássica se quiser e tiver coragem.

O trabalho de Allen foi muito bem realizado e O Exorcismo é um título necessário em qualquer coleção, seja de um ateu ou de um religioso. O grau de envolvimento, ou a falta dele, religioso é a peça que complementa a relação do leitor com o livro. Você acredita em quê? E se visse aquilo em que não acredita?

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2 comentários:

  1. Eu sou extremamente cética, mas não consigo evitar um estremecimento ao me deparar com esse tipo de história. Não tem como ter certeza, nunca. Faltam explicações, e isso acaba com a tranquilidade de qualquer um!
    Gislaine | Paraíso da Leitura

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    1. É exatamente isso que sinto! Eu sou cético, mas existem coisas que me fazem duvidar...

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