Amaldiçoado, Alexandro Aja



O outro filme famoso de Harry Potter, quer dizer, Daniel Radcliffe, é baseado no livro O Pacto, de Joe Hill – ou Horns, no título original –, filho do famoso Stephen King. Nesse encontro de gigantes, será que tudo deu certo? Não, não deu.

Ignatius, ou Ig, podia ser apenas um cara com um nome muito estranho. Só que ele foi acusado de matar sua namorada de infância, Merrin. Não há evidências do crime, então ele não é preso, mas isso não elimina a perseguição dos moradores e repórteres. Como se não bastasse ter esse nome ridículo (desculpa se você chama Ignatius, mas seus pais já te prepararam para sofrer bullying), graças ao colar de ouro em forma de crucifixo que ganhou de Merrin, Harry Potter ainda acorda com dois chifres na testa. E você achando que a cicatriz que queima em forma de raio já era o suficiente para uma só testa...

Ironias da vida, os chifres vieram com um presente muito estranho: o dom de fazer com que as pessoas sempre te digam a verdade e, mais do que isso, que elas obedeçam às suas ordens sem qualquer restrição. Parece que o filme vai ser bom, não é mesmo? Eu também me iludi.

Durante boa parte do filme, Ig não percebe o quanto isso é bom e o quanto isso era exatamente o que ele precisava para ter alguma paz na vida e para descobrir quem foi o assassino de sua namorada. As verdades que ele ouve são muitas vezes absurdas e cruéis, inclusive de seus pais. Seria bom, afinal, que as pessoas sempre te dissessem as verdades mais cruas que aparecem nos pensamentos delas? Até que ponto poderíamos usar essas informações?

A história é completamente maluca. Eu esperava isso considerando a história de “A Estrada da Noite”, também do Joe Hill, e de livros como “Buick 8”, do pai, Stephen King. O final é absurdo o suficiente para me lembrar de Donnie Darko e o rumo de Ig é surreal demais até para um terror fantasia. Fora aquele destaque sobre amor verdadeiro e desde a infância, que sinceramente eu não aguento mais.

Não vou nem comentar (vou sim) sobre a nudez desnecessária porque acho que faço parte de uma minoria que não gosta de estar assistindo um filme, acompanhando uma história, e de repente pular uns peitos ou uma bunda na tela. Se eu quisesse ver gente nua ou sexo, eu teria duas opções mais eficientes: faria sexo ou assistiria um filme pornô.

O final é uma porcaria, mas se você quiser assistir, talvez valha a pena pelo começo do filme. Ou para pensar em quem na sua vida falaria certas verdades na sua cara caso aqueles chifres fossem seus.

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