Código de Honra, Mark e Adam Kassen




O filme começa mal pelo nome traduzido, que não faz absolutamente nenhum sentido na história, até porque o protagonista tem pouquíssimas qualidades e nenhuma delas é honra. O bonitinho Chris Evans interpreta Mike Weiss, um advogado viciado em drogas e sem nenhuma habilidade para relações interpessoais, muitas vezes nem mesmo com seu sócio, Paul Danziger. Enquanto está preocupado em pagar seu vício em cocaína e prostitutas, encontra um caso que poderia lhe trazer grande fortuna, se não fosse tão complicado.

O caso que Paul encontra é sobre uma seringa descartável que não pode ser reutilizada. Antigamente, as seringas eram feitas de vidro e podiam ser esterilizadas, mas ao fazê-las de plástico, muitas pessoas acabam reutilizando as seringas por diversos motivos, sendo que deveriam ser descartáveis e de uso único. Essa reutilização contribui com a transmissão de uma série de doenças, incluindo hepatite e AIDS, o que afetava muitas vezes os profissionais da área da saúde, como a enfermeira Vicky.

Assim, Jeffrey, o criador das seringas não reutilizáveis e amigo de Vicky, decide processar fabricantes e compradores de material hospitalar por não utilizarem seu produto, sabendo que estão colocando milhares de pessoas em risco. Lembram que o Mike usa cocaína? Então. Adivinha quem comprou várias agulhas...

Em qualquer lugar do mundo, enfrentar um problema e empresas dessa dimensão é um enorme risco. Risco este que Paul não está disposto a correr, já que precisa cuidar de sua esposa e de seus filhos. Mike, por outro lado, só tem Paul a perder, o que o impulsiona o suficiente para ir adiante, mesmo sabendo de todas as dificuldades que enfrentará. O que ele não previu foi até onde as pessoas estavam envolvidas em uma questão aparentemente simples, como pequenas seringas.

O protagonista é um babaca e, como odeio protagonistas babacas, passo a maior parte do tempo torcendo para que esse cidadão se ferre de todas as maneiras possíveis. O problema é que nesse filme as pessoas que estão contra ele são mais babacas ainda, o que me gerou uma crise existencial complicada. Eu provavelmente deveria procurar um psicólogo antes do próximo filme.

Não sei se apesar do tema ou por causa dele, o longa é muito bom. É envolvente, bem montado e dizem que é baseado em fatos reais. Não chequei essa informação muito bem. A atuação de Chris Evans e de Mark Kassen é muito interessante e não deixou a desejar. Nathaniel Price, o advogado que defende as empresas, é muito bem interpretado em todos os aspectos, como trejeitos, linguagem corporal e até nas rugas. O clima de suspense é bem construído, o que te impede de fechar os olhos ou desistir de prestar atenção. Apesar de ter tido uma bilheteria irrisória, acredito que merecesse muito mais atenção e prestígio do que conseguiu.

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