Você é o Próximo, Adam Wingard




Este é um filme de terror psicológico surpresa. A máscara animal utilizada no banner de divulgação no Netflix já é por si só arrepiante, agora some o título do filme. O que você imagina? Vai ter sangue. É, meu caro, você está certo. Vai ter muito sangue, mas o filme não será como você imagina.

A história começa com uma família feliz. Um casal aparentemente comum vai viajar para passar um final de semana com a família do moço. Ele não diz muito sobre sua família, apenas que sua mãe tem tido problemas psicológicos e que sua namorada não deve esperar exatamente uma família feliz que canta ao redor da fogueira assando marshmallows. Ops. Ele não se dava muito bem com os pais por muitos motivos, mas mesmo assim não dispensou a reunião familiar.

Simultaneamente, temos um assassinato sangrento de dois personagens desconhecidos. O que os fez morrer? Não sabemos. Tudo o que temos é uma mensagem escrita em sangue: Você é o próximo (ou You’re Next, bem mais sucinto). Mas quem diabos será o próximo?

Em meio a uma discussão acalorada com provocações desnecessárias entre irmãos, algo atinge a janela da casa da família. É aí que entra a pergunta que está na sinopse do Netflix: será que teriam ouvido algo macabro chegando se não estivessem tão ocupados discutindo por idiotices? Algo me diz que não...

Durante a maior parte do filme, pensamos que se trata de pessoas malucas que simplesmente acordaram um dia e decidiram que seria legal colocar máscaras bizarras e matar um pessoal. É aí que entra o terror psicológico, porque a coisa não é bem assim. Tudo está ligado. Os pais, os filhos, os casais... e os assassinos. É claro que os personagens tomam decisões burras, como em todo filme de terror, e que tudo acontece sempre no último segundo possível, mas isso acaba não sendo relevante.

O filme é bem feito e com uma fotografia ótima. Quase senti o prego entrando no meu pé junto com a cena que mostrava isso. Boa parte da violência é tão bem mostrada que você se arrepia e sente pontadas de dor junto. Pelo menos, eu senti. Outro detalhe é que, diferente da maioria dos filmes de terror, o máximo de nudez que temos é um par de peitinhos. Para quem não aprecia gente desconhecida pelada, como eu, isso é uma vantagem, ainda mais por ser um filme de terror, o que torna a nudez completamente desnecessária e sem sentido. Não que eu seja puritana nem nada do tipo.

A protagonista é incrível, inteligente e obscura. Que tipo de vida alguém precisa ter pra adquirir todo aquele instinto de sobrevivência? O quanto você pode não saber ou mesmo esconder de seu parceiro? A história foi muito bem montada, pronta para ter detalhes revelados quando necessário, instigando o espectador cada dia mais.

O efeito final do filme não é o medo, sequer a agonia causada pela violência e por todo o sangue mostrado ao longo desses minutos, mas sim um sentimento de nojo. Nojo de todas as emoções humanas que causaram toda aquela sujeira. Definitivamente um longa de terror muito bem executado.

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