Orgulho e Preconceito, Jane Austen




Um verdadeiro clássico da literatura inglesa do século XIX, em Orgulho e Preconceito Jane Austen faz críticas à burguesia mas com tom sutil e atemporal - suas críticas podem ser facilmente sentidas até hoje quando se trata de bons costumes, títulos e posição social. Isso em um resumo bem clichê desse livro incrível! Pride and Prejudice (título original do livro) é, acima de tudo, uma história de amor! Mas não uma historinha comum. O romance se desenrola da forma que eu mais gosto: quando há mudança no caráter e redenção por amor por parte dos personagens principais.

O livro conta sobre a família Bennet, que vive no condado de Hertfordshire, interior rural da Inglaterra. O Sr. e Sra. Bennet (sendo a mãe uma mulher pretensiosa mas que no fundo só quer ver suas filhas bem casadas e encaminhadas num futuro estável) têm 5 filhas em idade de se casar quando um jovem bonito e rico aluga uma casa na região.

As moças da família Bennet possuem personalidades especiais entre as garotas da região, sendo aclamadas como as mais belas dali: Jane, a mais velha e mais bonita, possui uma amabilidade incrível, sempre procura o melhor nas pessoas; Elizabeth, que segue Jane em idade e beleza, possui uma vivacidade notória, naturalidade em qualquer ocasião e um forte senso crítico; Mary é a mais estudiosa entre as irmãs, não encontra felicidade a não ser lendo ou estudando piano; Katherine e Lydia são as mais novas (as tolas), vivem indo a cidade de Meryton para bajular os militares e saber das novidades - Lydia acaba contribuindo, com sua imaturidade, com o desfecho do livro.

“É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro, possuidor de uma boa fortuna, deve estar necessitado de esposa.”

Com a citação que abre o livro, imaginamos de cara que a família anseia por um resultado favorável para uma das Srta's Bennet e que um casamento ocorra em breve com o Sr. Bingley. Ele, além de ser bonito, rico e jovem, é também modesto, simpático e cheio de classe - por quem Jane Bennet, a mais velha e mais bonita das irmãs Bennet, cai de amores em um curto espaço de tempo.

Até então a história parecia "fácil demais" e com o mesmo enredo de tantas outras: o cara rico casa com a bela e doce plebeia e fim, conto de fadas, foram felizes para sempre e... Não é esse o foco!

Junto com o Sr. Bingley, veio a Hertfordshire sua irmã solteira, a irmã casada e seu marido Mr. Hurst e o Sr. Darcy - mais bonito, mais rico, nobre, fino... e orgulhoso. Sr. Darcy se mostra antipático, reservado demais e só mantém contato com quem já possui certa intimidade, não muda sua postura mesmo estando em um baile onde faltam cavalheiros para a valsa.

Neste mesmo baile vemos nossa heroína, Elizabeth Bennet, ser rejeitada pelo Sr. Darcy por não ser bonita o suficiente para dançar com ele. Então, a partir desse momento, a história "começa" e os caminhos do Sr. Darcy e Srta. Bennet se cruzam de maneira quase proposital, pois depois do episódio do baile, do orgulho do Sr. Darcy, começou a crescer por parte deste um grande interesse em Elizabeth.

Entretanto, por parte de Lizzy havia uma repulsa: 1º por conta da postura inicial do Sr. Darcy e 2º por causa de uma história contada pelo Sr. Wickham, membro do regimento da milícia de Meryton e por quem Elizabeth sentia interesse. Wickham dizia que Sr. Darcy o havia tratado com ingratidão, algo que todos acharam fazer bastante sentido já que o acusado era tão arrogante e metido. A partir de então, Darcy repensa seus modos e acaba se apaixonando profundamente por Elizabeth Bennet.

O livro foi escrito de forma rebuscada e elegante, da forma como pede o século XIX, porém sem grandes dificuldades de entendimento como alguns livros clássicos são. Narrado em 3a pessoa, algumas vezes Jane Austen dialoga com os leitores, deixando a leitura com ar de conversa por cartas (pelo menos foi assim que senti). Através de Orgulho e Preconceito fazemos uma viagem por partes encantadoras daquela Inglaterra, passando por condados de Derbyshire, Londres, etc.

A classe, o dinheiro, títulos sociais se mostram tão importantes naquela época que, apesar da forte opinião de Lizzy e Darcy, acabam sendo o principal impedimento para o noivado deles, junto com o fato de que o resto da família Bennet influenciem para que todos caiam de conceito na alta sociedade (não esquecendo de Jane e Bingley que passam por situação semelhante).

Por fim, definitivamente Orgulho e Preconceito é um livro que vale a pena ser lido. Além de ser bastante elegante e retratar o século XIX de maneira fiel, a leitura parece se encaixar em várias situações cotidianas e é uma heroica história de amor entre a nobreza e burguesia, tremor nas bases de princípios, status social e preconceitos.

1 comentários:

  1. Orgulho e Preconceito me chamou atenção, principalmente, pela postura idônea de Elizabete que mesmo sendo pressionada pela mãe para casar-se, mostrou maturidade e ousadia para recusar as propostas que recebeu. Dessa forma ela quebrou muitos paradigmas sociais da época e que até mesmo nos dias atuais vivenciamos. Parabéns pela resenha Jacque <3
    ... De: Ingrid Linhares!

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