O Atentado, Ziad Doueiri



Aviso: não entendo grande coisa de religiões ou história, então, mesmo tentando evitar, posso ter cometido erros graves em relação a isso. NÃO considerem minha palavra como fonte confiável nessa questão. Grata.

O Atentado foi uma recomendação de um colega do hospital onde fiz estágio em janeiro e ele não podia ter acertado mais em cheio. Apesar de assistir ao filme com áudio dublado, que é algo que não me agrada muito, eu não consegui tirar os olhos da tela, mesmo sabendo o que aconteceria.

Amin, o protagonista, é um médico palestino que mora e trabalha em Tel-Aviv, Israel, onde fez a faculdade de medicina em tempos ainda mais fechados para seu povo. O filme começa com ele recebendo um prêmio e fazendo um discurso inspirador sobre seu povo e sobre a recepção que teve no país. Sua mulher, Siham, não o acompanhou ao prêmio e o liga. Ele, chateado e ocupado, desliga. No dia seguinte, está trabalhando quando ouve uma forte explosão e muitos corpos mutilados começam a chegar.

A explosão foi um ataque terrorista, em um restaurante, de origem até então desconhecida. Amin não consegue falar com sua esposa e é chamado ao necrotério pra identificar um corpo, o que é feito com muito tato pelo policial responsável. A falecida era sua esposa. O problema é que ela não era apenas uma vítima do ataque, e sim sua causadora, o que foi deduzido a partir de seus ferimentos, compatíveis com a origem da explosão.

A partir desse reconhecimento, Amin passa a ser interrogado e visto como um suspeito. A polícia acredita que ele também seja um terrorista, apenas esperando pelo momento para atacar. Sua esposa matara 17 pessoas e ferira muitas outras. Amin, antes aclamado, passa a ser um vilão para toda a nação.

Apesar de todas as evidências, Amin, um personagem aparentemente justo e honesto, não consegue acreditar que tudo aquilo tenha vindo de sua esposa, e começa uma busca para descobrir a verdade e é aí que a coisa fica divertida.

O filme é uma adaptação, algo que eu não sabia quando o vi, mas me interessou muito depois. Temos uma série de memórias de Amin com Siham para tentar encaixar os acontecimentos, mas a que mais me surpreendeu foi a que explica a ligação de Siham na premiação do marido. A história mostra outras óticas além da do povo de Israel e foi muito bem construída. Além disso, é bem focado nos motivos de Siham e nos motivos de outras pessoas, separando bem homens e mulheres, que se sacrificam por aquele ideal.

Amin também enfrenta julgamentos de seus colegas de trabalho, amigos e todos que tem algum contato com ele. Ouve até sobre como Israel foi bondosa de aceitar ‘aquele povo’ e que talvez isso tenha sido um erro. Desperta também a visão errônea de que os atos de um indivíduo ou de um pequeno grupo falam por um povo como um todo. E adivinha? Isso continua acontecendo. Se você espera por um filme emocionante, personagens complexos e muitos pensamentos conturbados, é aqui que você encontrará.

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