Eu Sou a Lenda, Richard Matheson


Este livro foi uma cortesia da Editora Aleph

Parafraseando Stephen King: “Dizer que Richard Matheson inventou o conto de horror seria tão ridículo quanto dizer que o Rock’n Roll foi inventado por Elvis Presley(...). Mas tal como o Rock’n Roll, ou qualquer outro género que estimule a adrenalina, o Horror deve, constantemente, regenerar-se – renovar-se – se não quiser morrer”. Não por menos, Matheson se tornou um dos maiores escritores da ficção científica e, principalmente, horror de todos os tempos. Com diversas contribuições para o cinema, tv, literatura, e influenciando diretamente muitos escritores do gênero, como Stephen King. E da maneira mais exemplar possível, temos o relançamento de sua obra mais célebre, com uma edição impecável e respeitável trazida pela editora Aleph.

Robert Neville é um homem que beira o selvagem após alguns meses vivendo sozinho em um mundo devastado por uma praga que transforma os humanos em criaturas mortas que vagam pela terra ou, em outras palavras, vampiros. Com a possibilidade de ser o único ser humano vivo na terra, Neville se vê agarrado apenas ao instinto de sobrevivência sem perspectivas para algo melhor acontecer. Sua vida se baseia, basicamente, em se alcoolizar e matar os infectados pela praga, que tomaram-lhe sua filha e esposa.

Um dos maiores méritos de Matheson foi ter conciliado a ciência e o terror, explicando de forma lógica os acontecimentos sobrenaturais em seus livros. A “transformação” dos humanos em vampiros não é simplesmente algo místico que aconteceu, é uma doença gerada por um vírus e que, apesar de muitos detalhes inexplicáveis - como, por exemplo, porque os vampiros não têm reflexo - temos a maior parte das explicações embasadas cientificamente. Esse aprofundamento lógico com justificativas palpáveis foi uma das maiores inspirações para o gênero de zumbi e histórias como The Walking Dead e Extermínio, onde os zumbis surgem de um vírus, não uma maldição.

A narrativa é arrebatadora, prendendo o leitor desde o início da obra. A escrita de Matheson é direta, evitando a prolixidade, porém mantém a tensão e o suspense o tempo todo. O livro quase não possui diálogos (lembre-se que ele é, provavelmente, o único humano da terra. Com quem ele conversaria?), então ficamos, basicamente, com a narração em terceira pessoa e os pensamentos de Neville.

Quando se trata de ficção científica e terror, Matheson é um dos melhores escritores para isso, principalmente ao unir as duas opções em uma única obra. Eu Sou a Lenda é um dos maiores clássicos do gênero e o melhor exemplo para se entender porque Richard Matheson é tão cultuado e apreciado por seus leitores, sendo muitas vezes comparado a H. P. Lovecraft, Edgar Allan Poe e um dos mestres de Stephen King.

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