Alien, Alan Dean Foster

 

Alien é uma daquelas obras que segue o caminho contrário do habitual: o filme se tornou livro. A novelização, feita por Alan Dean Foster, foi publicada pela primeira vez em 1979 e ganha nova edição nacional pela editora Aleph e, mesmo depois de tanto tempo, ainda é uma história perfeitamente localizada na junção entre ficção científica e terror.

Sete tripulantes da Nostromo estão voltando de uma missão de exploração. Eles estão em sono criogênico, que é um sono induzido para evitar os efeitos da longa viagem, mas são acordados prematuramente pelo sistema operacional da nave, o Mãe, para analisar um sinal recebido. Esse sinal vem de um quadrante desconhecido e parece ser um sinal de SOS. Ao investigar a origem, os sete descem ao planeta e um deles tem um encontro com uma forma de vida alienígena, e os sete se tornam oito, que voltam à nave. A bordo da Nostromo, a forma de vida é identificada como um ser reprodutor e uma cadeia de eventos desastrosos se inicia.

Como em todo livro derivado de um filme, as comparações são inevitáveis. Uma das mudanças mais perceptíveis e, para mim, uma das melhores, foi o fato de Ripley não ser a protagonista. No livro os sete tripulantes o são. Os pontos de vista são alternados constantemente, mas não há aqueles espaços ou três asteriscos para indicar. Uma pequena falha aí, mas que não prejudica a leitura. Uma grande diferença que pode mesmo impactar o leitor é a diferença de tempo da narrativa. O filme tem ação. Muita! Mas o livro é, e tem que ser mesmo, mais descritivo. Caso você já queira Aliens pulando por todos os cantos e comendo pessoas já nas primeiras vinte páginas, not gonna happen, amigo. Todo o cenário é muito bem construído. Em uma cena de perseguição, você consegue até deduzir onde o personagem sairá pelas direções que ele toma. É algo feito por um escritor muito eficaz. A imersão é imediata e muito natural, trazendo muita veracidade aos acontecimentos.

Mesmo na época de publicação original, Alien já conta com uma crítica social que se mantém muito atual e útil. Nostromo estava voltando de uma missão de exploração por petróleo, lotada do combustível que já havia sido utilizado até o esgotamento na Terra. No entanto, cientistas já haviam descoberto combustíveis alternativos, porém a exploração era custeada por uma empresa. Um outro questionamento trazido, mas não de forma completa, é o clássico: como seria o encontro de humanos com formas de vida extraterrestres? Já sabemos que não termina amigavelmente, mas nesse caso, é uma obra de ficção e pouco acrescenta às discussões, já que os entusiastas do assunto - eu os procurei pela internet - refutam entusiasmadamente que alienígenas sejam como descritos no livro. Ou vistos no filme.

A edição da Aleph, lançada em setembro de 2015, mostra o zelo que a editora tem com o público nacional. Ela contém uma nota do autor à edição brasileira e entrevistas com Ridley Scott, diretor do filme, e Sigourney Weaver, atriz que interpretou Ripley. Com uma capa metalizada verde e lindas artes nas primeiras folhas, a Editora Aleph não deve nada às outras mais conhecidas pela sua beleza. Alien aterrorizou pessoas nos cinemas em 79. Leitores também. Agora, mais de 35 anos depois, continua com seu poder de impacto perfeitamente preservado.

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