Hellraiser, Clive Barker




Este livro foi uma cortesia da editora Darkside Books

Hellraiser despontou na década de 80 e, posteriormente, se tornou um clássico do gênero de horror. Clive Barker, autor do livro que gerou o longa, também foi roteirista e diretor da adaptação, garantindo assim um ótimo resultado e um dos ícones da cultura pop mundial.

Frank é um sujeito desapegado a tudo. Sem moradia fixa sequer, tem sua existência baseada no imediatismo e não tem nada pelo que se apega ou se sacrificaria por. Ele agora possui a Configuração de Lemarchand, um dispositivo que é um quebra-cabeças. Frank resolve tal mistério e abre o portal para um novo mundo, onde ele conhece os seres que lá habitam, conhecidos como Cenobitas. Tais seres prometem um mundo de sensações a Frank que, empolgado pela possibilidade de sensações inéditas em sua vida vazia, aceita imediatamente. Frank não contava que tais sensações englobavam prazeres e sofrimentos na mesma intensidade, e num nível muito acima do humanamente possível. Ainda assim, cansado da aparente frivolidade que o mundo adquiriu, a seu ver, aceita.

“Sua depravação mais caprichosa é brinquedo de criança se comparada às experiências que oferecemos.”

O livro é pequeno e, ainda assim, tem uma história perfeitamente conduzida. Clive Barker cria personalidades muito facilmente e, mesmo antes de conhecer a fundo a história do casal Rory, irmão de Frank, e Julia, você já gosta de um e não gosta de outro. Tal criação de personagem me passou despercebida e foi uma grata surpresa não reparar pausas na história para montar uma personalidade de alguém a ser inserido na narrativa. Isso ajudou a manter o ritmo da história inalterado. Esse definitivamente não é um daqueles livros que as pessoas possam gostar de uma parte e não de outra. Você gostará. De todo ele!

O ritmo do livro é muito acelerado. A história já começa com Frank resolvendo o mistério da Configuração de Lemarchand e recebendo a visita dos Cenobitas. Tal evento tem desdobramentos pelo restante da história somados ao cotidiano do casal Rory e Julia e de sua amiga, Kristy. São 150 páginas de suspense e terror da melhor qualidade. Um outro aspecto muito positivo para o gênero é a capacidade de Barker de fazer o leitor criar a imagem das criaturas tão vividamente. Suas descrições são precisas e atingem exatamente o que se deseja. Em certo momento, uma descrição de um ferimento me provocou arrepios. Não é qualquer livro que consegue esse efeito comigo. Não mesmo!

Hellraiser já havia sido publicado em português com o título “O Coração Condenado”, mas esse resgate da obra feito pela editora Darkside não poderia ter sido melhor. A edição é daquele jeito já conhecido: um acabamento primoroso, com capa de couro e arte em dourado. Ainda há, dentro do livro, esquetes feitos pelo próprio autor de como ele imaginava os Cenobitas acompanhados de fotos do personagem do filme para comparação. 

É redundante afirmar a importância de Clive Barker para a literatura de horror, assim como mencionar Hellraiser como um dos pilares do gênero, tanto nos livros quanto no cinema. Ainda há outras obras do autor que eu espero que a editora esteja com planos de publicar. São ótimas histórias escritas por um autor que, de tanto provocar sensações no leitor, parece conhece-lo. E você, cansado do mundo?

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1 comentários:

  1. Um bom resumo, acho que agora vou desejar esse livro também. Assisti ao filme uns anos atrás em uma tv preto e branco, já fiquei com medo imagina ler o livro e ter uma história toda em minha cabeça, deve ser ótimo.

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