O Exorcismo de Emily Rose, Scott Derrickson



Ao ler o nome do filme, O Exorcismo de Emily Rose passa a impressão de ser mais um daqueles filmes apavorantes e nojentos, como O Exorcista e a famosa garota com pescoço de coruja e que não para de vomitar. Bom, não sei se vou decepcionar alguém, mas esse não é o estilo do filme. Isso não significa, de maneira alguma, que você vá conseguir dormir à noite.

Ok, eu sou medrosa mesmo, mas nesse caso sei que não fui a única a ficar perturbada por vários dias. O filme conta o caso de Emily Rose, baseado em fatos reais. O nome da moça da história verdadeira é Anneliese Michel, uma alemã que morreu aos 23 anos, na década de 70, com desnutrição e falência múltipla dos órgãos. Tinha sido diagnosticada com epilepsia e transtornos psíquicos, como esquizofrenia, mas ela, os padres e a família acreditavam que o caso se tratava de possessão demoníaca. Realizaram mais de 60 exorcismos, mas ainda sem sinal de cura. Então, dizendo ter recebido uma visita da Virgem Maria, Anneliese recusou seus tratamentos. Depois de sua morte, os pais e os padres foram acusados de homicídio culposo e omissão de socorro.

No filme, Emily é uma jovem universitária, de origem católica e rural, que começa a ter alucinações assustadoras e por fim aceita tentar o exorcismo. O problema é que algo não corre muito bem e a moça acaba falecendo durante o exorcismo. As duas horas retratam o julgamento de maneira hollywoodiana, é claro. O filme é repleto de diálogos profundos e frases de efeito por parte dos advogados e das testemunhas. Os padres fizeram o correto? Tinham alguma culpa quando à recusa de Emily a procurar outro tipo de ajuda? Não se trata tanto de um conflito entre religião e medicina, mas sim de um conflito moral e ético.

Na época em que o caso aconteceu, toda a questão psicológica/psiquiátrica era absurda, o conhecimento a respeito era quase nulo e a maneira de interpretar uma série de enfermidades, como esquizofrenia, era um tanto violenta e repressiva. As histórias sobre sanatórios estão espalhadas para todos os lados, caso alguém deseje conhece-las. Quando o filme foi lançado, porém, boa parte do que conhecemos hoje já existia, ou seja, era um tanto complicado abordar esse tipo de coisa.

Onde entra o terror nisso? Bom, o terror é, na maior parte do tempo, psicológico. É claro que o filme não se passa apenas dentro de uma sala típica de julgamento. A advogada do padre, Erin, ateia, acaba inclusa na história de uma maneira um tanto quanto desagradável, e então ganha um conflito moral para si mesma.

Apesar do filme não conter bacias de sangue, gritos malucos, tortura, antropofagia, etc, você nunca mais conseguirá dormir depois das quatro da manhã. Anote minhas palavras. A cena do ônibus jamais saiu da minha cabeça, e isso já faz muitos anos.

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