Esperando por Doggo, Mark B. Mills






Este livro foi uma cortesia da editora Novo Conceito

Alguns livros possuem personagens principais claramente feitos para você torcer por eles. Talvez essa tenha sido a intenção do autor com Daniel, mas, infelizmente, eu o odiei. Dan tem uma série grande de antagonistas ao longo o livro, mas a primeira é Clara, com quem teve um relacionamento por quatro anos e simplesmente desapareceu, sem dar nenhuma explicação, deixando-o com Doggo, um cachorro que tinha adotado há algumas semanas, sem consultar Dan.

Primeiro Dan fica perdido e tenta devolver o cachorro ao lugar de onde ele veio, mas desiste por conta de uma castração obrigatória, que deveria ter sido feita por ele e Clara. Todos ao longo do livro parecem achar que Doggo é um cachorro feio, o que eu não consigo imaginar que seria possível. Dan também não gosta do nome do cachorro (pensem em como seria ridículo em inglês), mas desiste de trocá-lo. Para não deixar o cachorro sozinho, quando consegue um novo emprego, estabelece como condição que possa levar Doggo para o escritório.

Mas então por que eu não gosto dele, não é mesmo? Dan é uma pessoa extremamente vingativa, dorme com a irmã caçula de Clara logo que ela vai embora, enquanto não demonstra um pingo de tristeza. Só está preocupado em saber se Clara tinha um amante e ameaçar os outros. Ele ameaça muitas pessoas ao longo do livro. Ok, ele passa por muita coisa, mas isso, para mim, não justifica de forma alguma a atitude agressiva em relação aos outros. Daniel não é uma pessoa boa. Outro motivo são as falas de machinho orgulhoso, como se recusar a admitir que chorou assistindo Marley & Eu, ainda mais com todo o contexto, ou considerar praticamente um crime castrar Doggo.

Temos toda a dinâmica do escritório acontecendo, com Tristan e Ralph, os chefes, se alfinetando e causando uma revolução na empresa, Megan, que é detestável e odeia Doggo, Seth, Anna e Margareth, que são quase invisíveis na história, e Edith, que é nova parceira de trabalho de Daniel e acaba se apaixonando por Doggo. Preciso explicar o óbvio a partir de Edith? Acho que não.

É interessante observar que o cachorro também tem uma história a ser contada, e isso é algo que eu ainda não tinha visto em nenhum livro que li. Doggo tem um passado e um motivo pelo qual foi deixado para adoção, ao invés de ter sido largado na rua, como acontece com tantos animais. Existe um motivo para a distância dele no começo, já que ele não é um cachorro carente, carinhoso e não gosta de contato humano.

O livro flui muito bem e foi bem escrito. São muitas histórias e muitos problemas familiares, com muitos personagens se entrelaçando. Devorei o livro em algumas horas, porque a cada três páginas aparecia um problema novo. Não me importo de odiar o personagem principal, ainda mais quando odeio a maioria dos outros personagens também. Eu com certeza leria outras obras do autor, apesar de achar que minhas críticas seriam as mesmas.

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