A Culpa é Das Estrelas, John Green




Sendo direta: Gostei. Gostei muito. Gostei tanto que levei para casa do namorado e até ele acabou lendo para mim. E rimos bastante. Isso significa que você precisa gostar? Não. Isso significa que John Green é um gênio da literatura e que o livro é um clássico? Claro que não. O fato é que eu enrolei muito tempo para ler porque tantas pessoas menosprezam esse pequeno e adorável livro e não gostaria que outras pessoas passassem pelo mesmo processo.

O livro conta a história de Hazel Grace e Augustus Waters, que, como grande parte sabe sem nem mesmo ter visto o filme ou lido um trechinho da contracapa do livro, têm câncer. O de Hazel já dura três anos, durante os quais ela não frequentou a escola; trata-se de um câncer de tireoide que teve uma metástase (quando o câncer decide que aquele lugar não é mais o suficiente para ele) nos pulmões, o que faz com que ela precise sempre andar com uma cânula e um cilindro de oxigênio para todo lugar, além de não conseguir realizar vários tipos de atividade física.

Augustus Waters é amigo de Isaac, a única pessoa que Hazel tolera bem do Grupo de Apoio. Quando Isaac descobre que será preciso realizar uma cirurgia para remover o único olho que seu câncer não tinha levado ainda, traz Augustus para uma reunião do Grupo de Apoio, ou pelo menos é isso que parece. Augustus, ou Gus, tem um osteossarcoma, câncer com uma estatística bem favorável em comparação com o de Hazel - que é terminal. Apesar disso, já perdeu uma de suas pernas e anda com uma prótese.

Logo que Hazel e Gus se conhecem, um interesse aparece. Em muitos momentos as coisas parecem andar rápido demais para um relacionamento comum, mas se eu estivesse no lugar de um dos personagens certamente não perderia um segundo. O livro não é uma história de amor melosa, como muitos pensam. De fato, é uma história de amor extremamente triste, mas não tive a impressão de ser focada nisso. A mim, pareceu muito mais uma aventura em busca de superação e paz de espírito.

Por que uma aventura, você pergunta. Bem, Hazel é fã de livros e apresenta a Gus seu livro favorito, que não possui um final definido. Para quem já leu Desventuras em Série, a sensação é quase a mesma. Muitas perguntas ficam sem resposta e é até meio desesperador. Pelo menos foi para mim. Hazel faz exatamente o que eu tive vontade de fazer: escrever uma carta para o autor buscando respostas. Anos se passam e nada acontece, até que Gus tem o mesmo desejo e consegue uma resposta. A partir daí, tudo gira em torno de uma viagem a Amsterdã para conhecer Peter van Hauten, o autor.

Assim, podemos acompanhar o começo de um relacionamento, diversas superações de Isaac, Gus e Hazel, situações que acontecem todos os dias com milhares de pessoas ao redor do mundo e nós não temos nem ideia. Acompanhamos o amor jovem, a descoberta do sexo (sosseguem, não é um livro erótico), a raiva, a inconformação, os momentos familiares e muitas, muitas piadinhas. Augustus é um exemplo no quesito "quebrar o gelo", para tudo.

Adoraria conhecer (na verdade, pretendo) as outras obras do autor. O livro é divertido, cumpre o que promete, e agrada massivamente o público ao qual foi destinado, disso não há dúvida. Não adianta julgar um livro de ficção (apesar de ter sido baseado em uma moça de verdade, Esther Grace), Young Adult, como se fosse uma obra de Machado de Assis. E que bom que não é assim, ou o livro jamais teria feito o sucesso que fez e as pessoas continuariam contribuindo para estigmatizar o câncer.

Ah, e parem com o preconceito literário! <3

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