The Game Vol. 01, Anders de la Motte







Este livro foi uma cortesia da editora Darkside Books

Os suecos e seus thrillers! Sempre fico muito entusiasmado quando vejo um livro policial de um autor nórdico, pois, até hoje, nenhuma leitura de um deles foi ruim. Ao contrário, todas realmente muito boas e mais um autor engorda a lista: Anders de la Motte no primeiro volume de sua trilogia The Game. O que esperar do livro? Chega mais.

Henrik Peterson está num trem voltando de seu “mctrabalho” – como ele mesmo define – e acha um telefone. Deduzindo que não pode ser das pessoas no fundo do vagão, ele resolve ficar com o aparelho para vender. Ao tentar usar o aparelho, a mensagem “quer jogar?” insistentemente aparece na tela. Clicar “não” várias vezes não parece ser o bastante. A mensagem “Quer jogar, Henrik Peterson?” é mais convincente. Pensando se tratar de seu amigo hacker brincando com ele, decide tocar em “sim” e já recebe sua primeira missão. Uma mensagem posterior informa em detalhes a descrição de um homem que subirá na próxima estação e HP (Henrik é referido assim uma grande parte do livro) precisa roubar o guarda-chuva dele. Simples. Fácil. Ilegal. O trem para e o homem sobe. HP deve usar o telefone preso na roupa para filmar o ato para que ela seja validada e lhe garanta pontos no quadro geral de participantes. Ele realiza tal façanha e é quando percebe que a coisa toda é bem maior que uma pegadinha de seu amigo hacker. HP é apresentado a uma lista de jogadores onde ele é o número 127 e os vídeos das façanhas estão à disposição dos assinantes (sim, há pessoas pagando para ver isso), embora não dos outros jogadores. Mas são muitos participantes e alguns deles têm muitos pontos. HP começa a se perguntar o que nós começamos a nos perguntar: o que essas pessoas fizeram?

Rebecca Normén é uma detetive muito jovem. Ela se dedica quase que integralmente à carreira e mantém mistério sobre seu passado e sobre sua vida privada. Seu atual trabalho envolve participar na proteção de pessoas importantes que estão na Suécia. Em uma dessas escoltas, uma pedra atinge o para-brisa do carro onde está com a pessoa a ser protegida e provoca um acidente. A pedra foi jogada por HP em mais uma missão do jogo. A partir daí, os caminhos de HP e Rebecca se cruzam no livro, mas eles já têm muita história antes disso. Não vou dizer que história. É uma boa surpresa.

A atmosfera sueca da história é bem familiar, com os mesmos nomes de cidades com acentos que não conhecemos ou sabemos pronunciar, o uso constante de trens ou menções ao estilo de vida sueco (conhecido por mim agora depois de tantos romances policiais suecos). Isso faz com que, toda vez que eu leio um livro de algum autor nórdico, me sinto como se todas as histórias acontecessem no mesmo lugar. Até acontecem - na Suécia, mas o que quero dizer é que fico com a impressão de que não há divisão entre uma história e outra. Sinto como se enquanto HP jogava uma pedra no carro que passava pela ponte, Lisbeth Salander estivesse em algum prédio próximo hackeando um computador. Isso me torna meio louco, mas deixa a Suécia um lugar muito legal.

O livro alterna os POV de Rebecca e HP frequentemente, mesmo dentro de um capítulo. O ritmo é muito contagiante e intenso. Não há uma página monótona sequer; seja preenchida de ação ou suspense, sempre há em cada folha um motivo para ler a próxima. É realmente um livro difícil de largar para fazer qualquer outra coisa. Li as primeiras 120 páginas de uma vez só. Parei realmente porque precisava, mas durante toda a aula não parei de pensar nas perguntas que o livro coloca em nossa cabeça: quem são os criadores do jogo? Como têm tanto poder? Quem são? Sendo essa última a mais intensa. O livro foi lançado pela editora Darkside numa edição bem legal que vem com um marcador de página em formato de celular.

Uma das frases usadas na divulgação do livro envolvia uma comparação com Stieg Larsson. Eu não sou adepto de idolatrar todo clássico fechando a mente para o novo, então quando li a frase acreditei que pudesse ser verdade. Ainda não sei se é. Anders entregou um livro fantástico! Original, bem escrito e empolgante. Não há informações, até agora, sobre uma adaptação para o cinema da trilogia, mas não deve ser algo que vai demorar a acontecer. Embora com um enredo parecido com o do filme “13 sins”, The Game mantém sua originalidade e todo seu valor de thriller inalterado. Seria uma trilogia fantástica, mas desde que Hollywood optou por não dar continuidade à trilogia Millennium, não sei se podemos ficar tão empolgados. Espero que notícias sobre a adaptação cheguem logo e que o nome de David Fincher esteja envolvido. Puro fanboysmo, eu admito, mas ele seria ideal para o livro que tem tanta cara de filme. Quando você o ler, se dedicará apenas a ele. Eu mesmo parei os outros dois que estava lendo no momento que iniciei. Talvez a trilogia seja mesmo tão boa quanto Millennium, mas isso só saberemos quando terminarmos o terceiro volume. E isso me lembra de que ainda falta um bom tempo até nós sabermos quem “eles” são. Oh, crap.

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