A Menina Mais Fria de Coldtown, Holly Black



Devo começar explicando que comprei o livro com altas expectativas, considerando a quantidade de propagandas em todos os lugares. A capa, como todos os livros da Novo Conceito e algumas outras editoras, me chamou muito a atenção, e sim, às vezes eu julgo o livro pela capa na hora de comprar. Quando o livro chegou, estava em uma caixinha super bem feita, com vários avisos de “cuidado”, uma tira de perigo e um jornal de Coldtown dentro. Como não criar expectativas absurdas? Isso é perigoso. Esperei pacientemente as provas passarem e comecei.

Logo no começo, Tana diz de que sangue tem gosto de cobre. Oi? Cobre? Tente ferro. Também temos a figura atual de vampiros bons e civilizados, que nesse caso vivem em cidades fechadas para eles – Coldtowns – e, claro, não se alimentam de pobres humanos indefesos. Felizmente, isso é só na teoria.

O que você precisa saber sobre a trama é bem simples. Tana é uma adolescente que vai para uma festa e acorda para perceber que todo mundo está morto. Todos os seus amigos, todos os seus conhecidos e sua escola, exceto Pauline, sua melhor amiga, que estava viajando. Quando ela pensa em sair correndo, vê uma janela quebrada e encontra Aidan, seu ex-namorado, amarrado e já mordido. No mesmo quarto, há um vampiro acorrentado que não diz quem é. Então Tana os salva, com várias precauções para não machucar o vampiro, e dirige na direção da Coldtown mais próxima, Springfield. Muitas coisas acontecem no caminho, como conhecer Winter e Midnight, dois irmãos que querem ser vampiros e pedem carona a eles, e mais ainda dentro da cidade.

Uma vez que você é mordido por um vampiro transformado, você é chamado de “Resfriado” e se transformará se beber uma gota qualquer de sangue humano. É preciso passar 90 dias Resfriado para que o veneno seja eliminado pelo suor, mas isso não é nada fácil. A mãe de Tana foi infectada e a mordeu quando ela era criança. Quando você é mordido por um Resfriado, você não é contaminado, mas ele se transforma. Todos os vampiros devem ficar dentro das Coldtowns, coexistindo com humanos em um ecossistema muito estranho. Não há como sair de uma Coldtown.

O livro envolve um romance adolescente meio estranho. Não gostei de Tana e Aidan juntos, parece muito mais um jogo de poder do que um relacionamento saudável, seja ele adolescente ou não. Na verdade, não gostei de Aidan até o final, ele é insuportável na maior parte da história. Por causa de Aidan, Tana percebe como mudou desde criança e como teria que mudar dentro da Coldtown. Lá, conhece pessoas amigáveis e outras não tão amigáveis assim. Temos Gavriel, ou o Espinho de Istra, que é o segundo protagonista da história, Lucien, um vampiro antigo e famoso fora dos muros da Coldtown, Valentina, uma personagens trans simples, comum e apaixonada, Jameson, que acaba sendo uma imensa ajuda e alguns outros.

As pessoas procuram Coldtown como uma fuga de suas realidades. Muitas vezes, não gostam do que são e acham que a vida seria melhor se fossem transformadas. Winter e Midnight, como muitos humanos, possuem um blog para expor as maravilhas do mundo dos vampiros, quando fica claro que apenas estão se enganando. Midnight é uma garota triste, sem muitos motivos pra viver, enquanto Winter é só o irmão preocupado que não quer deixar a irmã correr perigo. Valentina procura os vampiros por não conseguir se adequar ao mundo humano e não ter dinheiro para pagar uma cirurgia de adequação de sexo. Na verdade, muitos olham para o desconhecido como a salvação para suas dores e tristezas, mas, quando chegam até lá, não é bem assim.

Tenho que parabenizar os tradutores, já que o jogo de palavras é bem complicado para a tradução. Cold pode ser frio, fria e, até mesmo, o resfriado comum. Dead, deadly e vários trocadilhos também devem ser incluídos nesse pacote. Foi bem pensado e não poderia ter ficado melhor.

Eu não sabia que o livro era sobre vampiros e esse foi meu erro. Não sou muito fã de nenhum tipo de história de vampiros, pra começar. Era meio óbvio que eu não cairia de amores pela história. Assim, não foi um livro que me prendeu muito, mas a leitura foi bem rápida apesar disso. O ritmo é um pouco lento no começo, até para explicar toda a situação e o mundo fictício, o que era necessário, então, para mim, foi bom e apropriado. Como Young Adult (YA), é muito bom. Realmente entendo porque está fazendo sucesso. YAs não são escritos para mudar o mundo, mas com certeza terá um impacto positivo em muitas pessoas.

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