O Iluminado, Stephen King






Este livro foi uma cortesia da editora Suma de Letras.
O primeiro livro que li do famoso Stephen King foi Sobre a Escrita. Depois de saborear cada página, me empolguei a conhecer as outras obras do autor. Assim, fui surpreendida com O Iluminado, um dos livros mais famosos do autor e muitas vezes citado como o melhor. Já posso deixar de me sentir excluída da panelinha de fãs do King que está instaurada nesse blog. Um fato importante para a leitura é que o livro foi escrito em 1977, de modo que muitas tecnologias, meios de comunicação e até os valores monetários eram bem diferentes. Por exemplo, hoje em dia, ganhar 50 mil dólares por ano não é um salário maravilhoso como é dito em algum momento.

O Iluminado conta a história do hotel Overlook, muito antigo, por onde muita pessoas importantes e não tão importantes assim já passaram, e uma família, formada por Jack, Wendy e Danny Torrance. Danny, o filho, é o iluminado que dá o título ao livro e passará por muita coisa depois que seu pai, Jack, aceitou o trabalho oferecido por Al, seu amigo de alcoolismo, pois precisava de dinheiro para conseguir sustentar a família enquanto tenta terminar de escrever sua peça. Jack será o zelador do hotel, que fica nas montanhas do Colorado e é fechado de dezembro a março. Isso significa que apenas a família Torrance estará por lá nesse período todo. Ou pelo menos é o que deveria acontecer. A comunicação com o meio externo é feita por três meios: um rádio, um telefone e um snowmobil; a cidade mais próxima é um tanto quanto distante, em especial no meio do inverno.

Logo que chega ao hotel, Danny conhece Dick Halloran, outro iluminado, que dá claras indicações ao garoto de apenas 5 anos, com quem consegue conversar sem usar palavras. É isso que os torna "iluminados": a capacidade de ler pensamentos, no caso de Danny, de ver o passado e uma habilidade com pessoas que os outros simplesmente não têm. Dick é cozinheiro e só trabalha na temporada ativa do hotel, mas avisa que Danny pode chama-lo se precisar. Sr. Ullman, o superintendente (gerente) do hotel é um mal humorado, presunçoso e chato, me recuso a falar mais dele.

Jack é um escritor que, em uma crise de alcoolismo, quebrou o braço do filho. Além disso, é professor e perdeu o emprego. É bem fácil perceber que Jack não era exatamente uma pessoa sã, calma e estável antes de chegar ao hotel. Pela maneira que a história se desenvolve, é interessante observar a perda de toda a sanidade que lhe restava, é como se o personagem fosse definhando aos poucos, sem sequer saber o que é real e o que não é. Em meio a surtos, recaídas alcoólatras, brigas e conversas com o Hotel, Jack encontra o pior que existia nele, até se perder por completo.

Em Sobre a Escrita, Stephen King menciona que há um pouco dele em cada livro que escreveu. Sabendo disso e de parte da sua história, é fácil perceber alguns elementos que certamente foram baseados na vida pessoal do autor, como o alcoolismo de Jack. Admito, por outro lado, que demorei quase cem páginas para entender quem era Tony e por que algumas frases estavam entre parênteses. Também demorei para entender o que era um marciano. Sou lenta, acontece.

“Tirem uma foto, gente, lembrança para a posterioridade” p. 258

Gosto dessa frase por ser algo que repeti muitas vezes na vida, quando alguém me encarava muito (cabelo colorido, superem) ou quando notava alguém encarando outra pessoa. É uma lembrança do sarcasmo presente na escrita de King. Acredite, você encontrará muitos outros trechos como esse. E posso contar um segredo? Existe um hotel Overlook no Maine, estado onde Stephen King reside. Não que os dois hotéis estejam relacionados, claro.

A divisão dos capítulos me chamou muito a atenção; a maneira com que alguns fluem é maravilhosa. Muitas vezes fiquei afobada e tensa junto com o personagem apenas pela maneira que a cena era descrita. Em outros momentos, acompanhei a calma e a reflexão. Fiquei brava. Também posso dizer que foi o primeiro livro que me deixou com medo de dormir de madrugada. É inegável que Stephen King seja um mestre no que faz, mesmo que horror não seja seu estilo preferido.

Por fim, tenho certeza de uma coisa: você nunca mais sentirá o cheiro de laranja da mesma forma.

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