Quando se trata de uma obra clássica, sempre surge aquele velho questionamento: o que define algo como “clássico”? Podemos defini-lo de muitas formas, como, por exemplo: qual foi a sua influência na época? Qual foi a repercussão? E, mais importante, como a obra é vista hoje em dia? Analisando estes quesitos, a já conhecida obra de Walt Disney, Branca de Neve e os Sete Anões, poderia ser considerada um dos clássicos da história do cinema?
Inspirado no conto escrito em 1812, por Jacob e Wihelm Grimm - conhecidos também como “Irmãos Grimm” –, conta a história da princesa com pele tão branca quanto a neve e que, por inveja de sua madrasta, é mandada à floresta para ser assassinada por um caçador. Porém, o caçador não tem coragem de matar alguém tão bela, então a manda encontrar a casa dos Sete Anões, para além da floresta.
A importância de Branca de Neve nos cinemas não foi apenas o fato de ter marcado para sempre o nome de Walt Disney como o mestre das animações – título que ele já possuía, visto que já havia ganhado sete estatuetas do Oscar por seus curtas-metragens, entre eles “Os Três Porquinhos”, um dos maiores sucessos da época – como também revolucionou o mundo cinematográfico. Como o primeiro título da Era de Ouro da Disney e o primeiro filme da Era das Princesas, que teria continuidade em 1950, com Cinderela, eternizando na vida de todas as pessoas histórias que muitos ainda acham que foram criadas pelo próprio Walt Disney.
A beleza de Branca de Neve se encontra não apenas na sensibilidade e carisma de seus personagens, como na delicadeza de seus traços. Desenhados com rotoscopia, técnica que consiste em desenhar sobre o frame de um ator, ou seja, as cenas dos personagens mais “realistas” do longa, como a madrasta e a própria Branca de Neve, foram feitos com atores reais e os animadores desenharam por cima de suas imagens. Esta técnica era desprezada por muitos animadores mais conservadores por “não ser uma animação de verdade”, sendo, inicialmente, rejeitada pelo próprio Walt Disney.
Mesmo quase 80 anos após seu lançamento, a obra ainda mantém sua beleza e magia que encanta muitas crianças e adultos. As músicas continuam marcantes e divertidas; o ritmo da história é muito bom comparando com os demais filmes da época, fazendo com que não se torne algo monótono e cansativo. Ao reassisti-lo, é facilmente identificável todos os momentos e cenas que tornaram desta uma das obras mais icônicas da história.
Branca de Neve foi o inicio da fábrica imbatível que é a Disney, marcando a sua entrada no mundo dos longas animados e se tornando a maior referência para “animação” até os dias atuais. O filme marcou suas características tão imediatamente na história do cinema que Walt Disney recebeu um Oscar Honorário – não existia a categoria “Melhor Longa Animado” na época – que consistia em uma estatueta de tamanho normal e sete estatuetas pequenas. Ao sermos questionados “o que é um clássico?”, Branca de Neve e os Sete Anões é, sem dúvidas, um dos melhores exemplos, popularizando um novo formato para uma mídia em ascensão.
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