Sr. Ninguém, Jaco Van Dormael





“As long as you don’t choose, everything remains possible”

Já faz algumas semanas que assisti ao filme, mas a vontade que tive ao concluí-lo foi de iniciar a resenha naquele momento. No entanto, minha cabeça estava cheia demais com as reflexões que levantei ao assistir a obra-prima que é Sr. Ninguém.

Verdade seja dita, não iria ter assistido o filme se não fosse pela altíssima nota no filmow. Os poucos comentários que vi sobre ele elogiavam-no com força e assim resolvi tirar minhas próprias conclusões. Mais difícil que falar sobre ele, é falar sobre sua história. Basicamente, o foco principal é em um futuro não muito distante onde Nemo Nobody é o último mortal vivo a conviver com imortais. Com 118 anos e à beira da morte, Nemo começa a relembrar sua vida para um jornalista de modo peculiar. Essa seria a sinopse simplificada do filme. Entretanto, prefiro dizer apenas que trata sobretudo de escolhas.

A narrativa do filme é um tanto confusa, e confesso que ficaria perdido até uns 30 minutos se não tivesse assistido ao trailer antes. Para se ter uma ideia, a primeira cena nos apresenta o protagonista morrendo de diferentes formas. Quando Nemo começa a contar sobre a sua vida, pensamos que a narrativa se estabiliza de vez, mas não é bem isso que acontece. Ao longo de todo o filme, somos apresentados aos caminhos paralelos rumados por Nemo, em suas diferentes escolhas. Para explicar melhor, pegarei um ponto-chave do filme como exemplo; Os pais de Nemo o fazem escolher entre ficar com a mãe ou o pai. A partir daí, acompanhamos duas realidades diferente; a que Nemo foi com a mãe e a que ele foi com o pai. Um tanto confuso, não? Mas logo nos acostumamos com isso.

A frase que coloquei acima do texto exemplifica a essência do filme em poucas palavras: “Enquanto não se escolhe, tudo permanece possível”. A questão de efeito borboleta também é tratada no filme, mostrando como uma simples coisa pode gerar grandes consequências. É isso que nos faz refletir ao ver o filme; a escolha que fazemos é a certa? Se seguíssemos por outro caminho, tudo seria melhor, diferente? Em meio a isso, o diretor insere cenas onde Jared Leto explica os conceitos científicos do amor e medo, dentre outras incríveis divagações.

Mesmo com a dificuldade em entender o roteiro por completo, o filme é uma delícia de assistir, 140 minutos que passam voando, intercalando-se com uma fotografia extremamente bela e trilha sonora excepcional. O solo “Sous les draps” utilizado em várias cenas transmite uma sensação aconchegante e não sosseguei até aprendê-lo no violão. Quanto ao fim do filme, achei impressionante, deixando várias interpretações para o telespectador e fazendo-o refletir ainda mais.

Concluo então dizendo que indico Sr. Ninguém para todos, um filme difícil de se compreender mas que cumpre muito bem o que se propôs a tratar. É para refletir e sentir, repensar todas as escolhas que fez até agora e que fará a seguir. São muitas as mensagens passadas, mas sempre leve a principal com você: viva intensamente, não importa qual caminho escolher, ele sempre será o certo.

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