Contra o Tempo, Duncan Jones


— O que você faria se tivesse menos de um minuto de vida?
— Faria cada segundo valer à pena
É diante desse diálogo que surge a ideia principal de “Contra o Tempo”. Com esse incrível filme percebemos que um único minuto a mais pode ser muito precioso.

Já nas primeiras cenas, o Capitão Colter Stevens acorda em um trem, com uma moça na sua frente, conversando com ele e chamando-o de Shaun. Sem entender nada, Stevens se levanta e começa a caminhar pelo trem, tentando recordar-se como foi parar ali. A maior surpresa é quando ele vai ao banheiro e se depara com o reflexo de outra pessoa no espelho. Desesperado e confuso, ele volta aos assentos e acaba arranjando confusão com um passageiro. Tudo isso acontece em 8 minutos, e no fim dessa contagem o trem e todos os seus passageiros explodem.
Sobressaltado, Colter Stevens acorda em uma sala fechada, escura, cheia de fios e diversos acessórios confusos. Uma tela se projeta na frente do capitão, revelando Colleen Goodwin. A moça faz testes psíquicos com Stevens, enquanto este lhe faz várias perguntas.

Veja bem, o filme inteiro se passa dentro daquela sala e no trem.

Goodwin explica a Colter que ele faz parte de um projeto ultrasecreto do governo chamado Código-Fonte (ou Source Code), no qual é possível assumir os últimos 8 minutos de vida do alvo escolhido para a “ocupação”. Goodwin acrescenta que na manhã daquele dia, uma bomba foi detonada de dentro de um trem, explodindo este e o que passava no trilho ao lado. No presente, o responsável pela bomba está prestes a realizar uma tragédia ainda maior. Assim, cabe a Colter Stevens se colocar no lugar do passageiro Shaun em uma realidade paralela, achar a bomba e o responsável por sua detonação. Bem complexo, não? 

É por cima do Código-Fonte que o filme vai se desenvolvendo. Stevens vai indo e voltando em 8 minutos, cada vez descobrindo novas pistas e encontrando mais suspeitos e, ao mesmo tempo, tentando entender mais sobre os responsáveis pelo Código-Fonte e como foi parar ali.

O filme é diferente de tudo que você viu sobre viagens no tempo e mundos paralelos. O maior conflito em “Contra o Tempo” talvez seja Colter Stevens tentar mudar o destino dos passageiros que morreram no trem. O Código-Fonte leva o capitão de volta às últimas lembranças que Shaun tinha enquanto seu cérebro funcionava, assim sendo, qualquer coisa no passado que Stevens tenta mudar é em vão, afinal ele está em um mundo paralelo, onde nada é realmente real (isso me fez lembrar o filme “A Origem”). É aí que entra Christina Warren, a passageira que sempre está na frente de Shaun/Colter, conversando com ele. Stevens acaba se apegando a ela, e em todas as suas viagens paralelas, ele tenta salvá-la do destino iminente, mas sempre que volta à sala do Código-Fonte, Christina continua sendo uma vítima da explosão no trem.

“Contra o Tempo” é um ótimo suspense, mesmo que seu tema principal seja ficção científica. As atuações foram ótimas, mas dou um mérito especial para Jake Gyllenhaal, por ter interpretado tão bem um personagem confuso como o do Capitão Colter Stevens, pois de início, nem ele próprio sabe direito os segredos do Código-Fonte.

O filme é cheio de reviravoltas e momentos surpreendentes, mesmo que se desenvolva totalmente nos últimos 8 minutos antes do trem explodir. Quero dizer que é complicado, e você deve prestar bastante atenção. É claro que não precisa ser um gênio em física quântica, mas é necessário bastante foco da sua parte. Garanto-lhe que o desfecho irá te surpreender e imagino que te fará pensar em diversas hipóteses do que realmente aconteceu, por isso te indico que assista mais uma vez, não será nada cansativo, acredite.

Mesmo sendo a primeira produção de Duncan Jones com grande orçamento, não há muitos efeitos especiais, mas teve o necessário. O filme controlou os momentos de clímax muito bem, as cenas chegam com tudo nos momentos mais inesperados e nos deixam sem fôlego em certas partes. Por mais que se passe apenas no trem, o enredo vai seguindo um ritmo agitado, que te prenderá à história rapidamente. O filme não é longo, e quando estiver quase no fim você vai desejar que tudo se prolongue mais um pouco.

Tenho que admitir que “Contra o Tempo” me convenceu, tornando-se um dos meus filmes favoritos. De qualquer forma, faça valer cada segundo.

Veja o trailer:

2 comentários:

  1. Apesar de na minha opinião o filme não ser tão bom, a resenha em si está ótima! Meus parabéns ao autor, ainda mais com 14 anos (isso está de fato correto?). Não sei se o autor lerá o comentário, mas se o fizer, recomendo que veja Matrix, além de ler os livros é claro, e pediria uma resenha de Cães de Aluguel (Resevoir Dogs) do brilhante Tarantino.
    Mais uma vez, Parabéns.

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  2. Obrigado pelos elogios. Ainda não vi Matrix, mas como é considerado um clássico moderno, penso em um dia assistir. Pretendo ver Cães de Aluguel também, mas por enquanto estou trabalhando em uma resenha de outro filme do Tarantino.

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