Entrevista: Rodrigo Nascimento



Rodrigo Nascimento é autor dos livros: Vira-lata e o segredo das chaves; Ensaios teatrais; Sobre o desamor, amor; Pela Janela e Teologia da Prosperidade. 
Disponíveis pelo Clube de Autores.

Quais são suas inspirações? Como/De onde surgiu a ideia primária para o/os livro/s?

As inspirações nunca vem ao acaso. Elas na verdade são resultado de exercício diário de recolher pequenos fragmentos de histórias e imaginar além delas. Às vezes vem do nome de uma rua, às vezes de alguma coisa que alguém fala. Depois de um tempo, nesse processo de recolher dados, estereótipos, clichês, desconstruir e reconstruir falas e personalidades, surgem as personagens. Elas veem de um constructo. Não existem e nem nunca existiram, mas é possível encontrar nelas, ainda que de longe, pequenos pedaços que foram se juntando ao longo do processo de observação e que foram se alterando e adaptando para dar vida àquele ser ficcional.
A ideia para o primeiro livro, Pela Janela, surgiu tremendamente despretensiosa. Em 2003, juntando esse monte de ideias e fragmentos, surgia a personagem de Marcelo. Como o rascunho foi todo escrito on-line, ali mesmo no ano de 2003 os 2 primeiros capítulos dessa história saiam facilmente do pensamento para as letras. Ao final do segundo capítulo, a própria personagem, em minha mente, tinha personalidade e definia seu caminho. Eu, narrador, também já sabia onde ela deveria chegar e quais caminhos percorrer para chegar ali. Mas faltava tempo para organizar todas as ideias. Assim, durante 3 anos essa história esteve adormecida, amadurecendo em como seriam os seus "comos"e "porquês". Em 2006, retomei a escrita e a história de Marcelo, ainda mais solidificada em minha cabeça começava a se organizar em linhas, parágrafos e capítulos. Quando me dei conta, já estava escrevendo o último capítulo sem nem mesmo perceber o tempo que se havia passado. De 2006 a 2009 conclui a história. Ali, naquele espaço digital ela ficou guardada. Pelas estatísticas de acesso à página, me impressionou o número de acessos, principalmente fora do Brasil. A partir desse ponto, pensei em tornar aquele grande rascunho digital em um livro.

Como foi o processo de publicação?

O processo inicial de publicação foi difícil e quase me fez desistir. Entrei em contato com algumas editoras e todas elas negaram receber o meu manuscrito. Nem mesmo se interessavam em ler a obra. Procurei uma maneira de publicá-lo de maneira independente. Descobri que para isso eu deveria arcar com um custo muito alto. Já sem esperança de que o digital pudesse virar uma obra impressa, conheci a um site que se encarregava de publicar o livro sobre demanda. Imprimindo somente a quantidade exata de cópias necessárias. Isso viabilizou a publicação da obra, porém, claro, não garantiu que as mesmas chegassem às livrarias e ao grande público, mesmo havendo uma parceria com livrarias de conteúdo digital, a força de uma campanha de lançamento ainda representa um grande peso na divulgação da obra.

Que conselho você daria aos novos escritores e aspirantes?

3- Dar um conselho é uma tarefa difícil, por ainda me considerar um novo escritor. Mas uma coisa levo comigo, enquanto escrevo outra obra: escreva despretensiosamente. Não importa se o livro vai ser um campeão de vendas ou se somente você vai ler. O importante é que você coloque ali as suas ideias, o seu jeito de narrar, a sua história. E se tratando de uma história, saiba onde quer chegar com ela antes de avançar muito. Não há nada pior que um desfecho feito apenas para cumprir o seu papel, sem uma motivação já existente lá nas primeiras linhas da história

Algo mais que você gostaria de dizer aos leitores e escritores do blog?

Há muitos escritores não famosos que escrevem belas e interessantes histórias. Nem sempre é fácil encontrá-las pois elas não estão nas vitrines das livrarias ou em anúncios caros de revistas. Procurem por esses autores e acompanhem suas histórias. Muitos deles são acessíveis por e-mail. Leiam mais e mergulhem no mundo de fantasia que só o livro pode nos proporcionar.

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