Ele Está de Volta, Timur Vermes

Eu estou em uma fase de comédias. Não queria pensar muito assistindo filmes, só relaxar e curtir as férias, então o resultado foi uma passagem complicada pela sessão de comédias do Netflix. Complicada porque talvez vocês já saibam que eu não aprecio nudez e cenas de sexo explícito aleatórias e desnecessárias nos filmes, séries e livros, e isso é muito comum em comédias (especialmente brasileiras e norte-americanas) e filmes de terror (isso eu não sei mesmo explicar, pergunte a Freud).

Então me aparece esse filme com o Hitler. A questão é simples e complicada ao mesmo tempo: como seria se Adolf Hitler simplesmente aparecesse nos dias de hoje? A Alemanha permanece com a 2ª guerra mundial marcada profundamente na história do país, mas seria isso o bastante para evitar que algo semelhante ocorra novamente?

O filme é uma adaptação (e eu não sabia disso quando o assisti, desculpa) do livro alemão “Er ist wieder da”, que significa “Ele está de volta” mesmo. Deixo aqui um viva para a tradução.

A trama começa quando o ditador aparece, do nada, deitado em um terreno baldio, usando suas roupas da segunda guerra, e é encontrado por um garoto. Acordando na Alemanha de Angela Merkel (2011), ninguém acredita que ele é ELE mesmo, e o tomam como um comediante, apesar de se assustarem com a semelhança tanto física quanto comportamental. O filme todo gira em torno disso e de como Hitler descobre a tecnologia atual disponível, além do que o país se tornou em diversos aspectos.

Como comédia, é a mesma comédia pastelão que eu adoro. Você já tinha imaginado Adolf Hitler aprendendo a usar o Google? Tentando fazer o discurso dele hoje? Usando uma lavanderia? Vivendo dentro de uma banca de jornais porque o dono ficou com pena dele? E mais ainda: mudando parte de seu pensamento?

Pelo gênero, não é o típico filme sobre viagem no tempo ou sobre a consequência de nossas ações e como elas mudam o mundo, embora envolva tudo isso. Talvez esse filme seja recomendado para quem, como eu, não quer pensar muito e não gosta tanto de outros tipos de comédia já citados.

Apesar de ser uma comédia, a produção traz o pensamento e uma preocupação real com o que aconteceria caso outro Hitler aparecesse. Muitos filmes mostram essa preocupação, mas esse possui uma peculiaridade. Boa parte da gravação foi feita com o ator viajando pela Alemanha e coletando depoimentos curtos e opiniões do povo alemão. Todos tratam como uma piada e se divertem com a situação. Um homem chega a relacionar a queda do QI do povo alemão com a chegada de imigrantes africanos. Outro pede para desligar a câmera para falar outros absurdos. Eu não chequei (e nem vou) se o QI médio da Alemanha caiu mesmo, mas que raio de relação esdrúxula é essa??

Me lembra um vídeo que fizeram usando frases da campanha de Hitler como se fossem da campanha de Donald Trump, com o povo norte-americano concordando veementemente, acreditando que as frases viessem do polêmico candidato à presidência dos Estados Unidos. Importa realmente de quem veio? É realmente apenas do nome Adolf Hitler que temos medo?

“A Polônia ainda existe? E dentro da Alemanha?”

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