The Dressmaker, Jocelyn Moorhouse



Dirigido por Jocelyn Moorhouse, The Dressmaker conta uma história sobre o poder das escolhas, sobre o mal da hipocrisia e sobre enfrentar o passado. A história se passa numa pequena cidade na Austrália rural, um lugar onde todos se conhecem e onde reina um moralismo ultrapassado e um constante cuidado com o que os outros podem ver e pensar.

Os personagens, em sua maioria, têm sempre algo escondido, têm sempre regras estreitas e possuem um senso de justiça que beira o revanchismo. Mas este comportamento tem seus dias contados com a chegada de Tilly Dunnage uma modista que foi expulsa da cidade quando era uma criança, ela havia sido acusada de assassinar o filho do prefeito. 

Com o agravante de não se lembrar do acidente, Tilly encontra a mãe debilitada e instável emocionalmente, tudo resultado do estilo de vida repleto de julgamentos precipitados dos moradores do lugar. A saga pela busca da recuperação de suas memórias reprimidas e pela verdadeira história do que aconteceu em sua infância a levam a uma jornada incrivelmente transgressora. 

A história se passa numa época em que encontrar defensores da moral e dos bons costumes, sem que houvesse a menor reflexão por trás disso, era ainda mais comum que em nossos dias. É neste contexto que podemos acompanhar a história de uma mulher que enfrenta os desafios, que é forte e que, apesar do relacionamento difícil com a mãe, encontra e compreende as razões para o comportamento da mulher que a criou. 

Todas as mulheres do filme são corajosas e o mais relevante dos homens tem uma paixão nem um pouco secreta por vestidos de alta costura. Cada segundo da película vale a pena somente por acompanharmos as diversas desconstruções. Mesmo as cenas mais dramáticas e os encontros mais tempestuosos nos mostram a perseverança daqueles que o vivem. 

As cenas finais são fascinantes, reveladoras e encerram uma história que possui drama, comédia, questionamentos sociais, relação de culpa e alívio e, acima de tudo, nos deixam encantadxs com a vitória da mulher que não se submete aos domínios, mandos e desmandos das autoridades masculinas vigentes. Mesmo pesada, a cena final da esposa do prefeito representa de forma icônica alguém que enfim passa a ter controle sobre sua vida, pisando naquilo que a aprisionava, vencendo o passado, as imposições e o patriarcado opressor.

Ps: Seja você, carx leitorx, feminista ou não, este filme te fará pensar no assunto.

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