Buick 8, Stephen King





Este livro foi uma cortesia da editora Suma de Letras

Muitos dizem que Stephen King tem obras e OBRAS. Logo no terceiro livro em que tive algum contato com o escritor pude perceber essa diferença. O Iluminado e Sobre a Escrita foram livros fantásticos que me prenderam do começo ao fim, enquanto Buick 8 me mostrou que nenhum escritor é perfeito (exceto José Saramago, mas isso é outra conversa).

Em 1979, Ennis Rafferty e Curtis Wilcox são chamados para verificar um carro abandonado: um Buick. Guardado em um galpão que pertence à polícia, muitos anos se passam em que o carro parece apenas adormecido. Em 2001, Curtis falece em um acidente de carro e seu filho, Ned, começa a trabalhar como auxiliar na delegacia, encontra o Buick e coisas estranhas começam a acontecer. Ned então deseja saber mais e mais sobre o carro. Sandy Dearborn, que era o melhor amigo de Curtis e permitiu que Ned trabalhasse na delegacia, logo se apega ao garoto.

Francamente, uma história sobre um carro muito estranho, com tendências assassinas e que torna o ambiente de frio não parece a coisa mais atraente do mundo. Todos os acontecimentos são bem mornos (apesar da temperatura cair) e é difícil se prender pelo drama e terror da história. Eu sou uma pessoa bem medrosa e não consegui sentir medo do porta-malas de um carro, mesmo com a descrição muito bem feita, típica de Stephen King. Nem sentir nojo com algumas passagens que outros consideraram extremamente nojentas.

Nessa obra, temos muitos personagens e os acontecidos são narrados em dois momentos: o antes e o agora. Os personagens de agora contam a Ned, filho de Curtis, tudo o que sabem e o que aconteceu em torno/por causa do carro, ao mesmo tempo em que coisas estranhas acontecem novamente. Isso acaba confundindo muito se você não está 100% atento ao livro. Muitas vezes fui interrompida e já não sabia mais onde estava, em qual ano ou em qual personagem. Além da mudança temporal, temos uma mudança de ponto de vista conforme o capítulo, que confunde ainda mais. Aliás, lembre-se que Sandy é um nome masculino, ok? Nada de pensar no esquilo do Bob Esponja.

Soube de algumas opiniões diferentes da minha, onde consideraram que, mesmo usando o recurso primeira pessoa/terceira pessoa, era impossível confundir o que acontecia. Me senti um tanto burra, mas realmente não acho que o problema seja comigo. Stephen King é um autor idolatrado e minha visão é de que isso muitas vezes impede que alguns fãs notem suas falhas.

Apesar de o final ser um pouco sem sentido, como é sempre criticado nos livros do autor, o livro melhorou muito depois da sua metade. O carro é claramente um inimigo que não se pode matar, e a tentativa de escondê-lo e isolá-lo também não funciona muito bem.

Stephen King gosta muito de associar cheiros às suas histórias, pelo que eu pude perceber até o momento. Dessa vez, o escolhido foi o repolho. Espero que isso mude nos próximos livros que eu ler do autor, já que não gosto de passar a associar todos esses aromas a algo macabro.

Difícil dizer que um livro de Stephen King é ruim, até porque não é. Continuo recomendando todos esses tipos diferentes de livros a quem já conhece e adora o autor, mas não recomendo que esse seja o seu primeiro contato com King. Caso seja, vá para O Iluminado ou alguns outros que já foram recomendados por aqui, mas não comece por Buick 8.

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