A Viagem de Chihiro, Hayao Miyazaki




O Japão é conhecido como um dos maiores produtores de animações do mundo. E, como em todo gênero, sempre há um grande gênio criando grandes títulos, e este é Hayao Miyazaki. Conhecido por suas grandes animações, como O Castelo Animado, Princesa Mononoke, entre vários outros, Miyazaki carrega A Viagem de Chihiro como sua marca em escala mundial, que não apenas consideram como sua melhor obra, mas também uma das maiores animações de todos os tempos e uma obra-prima do cinema.

A história começa quando Chihiro está se mudando de cidade, a contragosto. Durante a viagem, seu pai erra o caminho e depara-se com um misterioso túnel. Vendo que não teria outra direção, ela e seus pais resolvem atravessá-lo, levando a uma cidade que, aparentemente, está abandonada. Inexplicavelmente, após dar uma volta por essa cidade, Chihiro descobre que seus pais foram transformados em porcos. Totalmente só em meio a criaturas estranhas e desconhecidas, ela precisa descobrir como resgatar seus pais e voltar a sua vida normal.

A trama, que inicialmente já parece complexa, se mostra muito mais surpreendente ao decorrer do filme. A arte impecável resgata as raízes da cultura japonesa, enchendo os olhos com grande riqueza de detalhes e elementos em tela ao mesmo tempo. A trilha sonora faz com que nos ambientemos ao local e façamos parte da história, acompanhando Chihiro durante toda sua aventura. Uma das grandes características de Miyazaki são os personagens fantásticos marcantes, como o Totoro (Meu Vizinho Totoro). Neste filme, conhecemos No-Face, um espírito que aparece regularmente durante toda a história e constrói sua importância aos poucos.

Miyazaki mistura animação 3D com a animação tradicional de forma totalmente orgânica, deixando as duas artes conversarem naturalmente sem evidenciar uma mais que a outra. A delicadeza das animações japonesas se mantém presente aqui, evidenciando a sensibilidade de seus personagens desde suas personalidades até a sua movimentação sutil. O longa também se destacou ao mostrar cenas com sangue, algo que impressionou o público norte-americano por não ser comum em filmes direcionados à família.

As animações japonesas, conhecidas também como “Animês”, têm mostrado cada vez mais importância na cultura atual. Mostrando temas adultos em muitas obras, este gênero trouxe a importante quebra de tabu de que animações são feitas para crianças. O mesmo preconceito ultrapassado presente em histórias em quadrinhos e vídeo games tem sido cada vez mais desmistificado ao se apresentar maduro e não apenas algo para o público infantil, o que pode chocar, muitas vezes, quem vive habituado a este pensamento. Quando um elemento que você atribui a um grupo mostra características de outro grupo, há relevância no fato, mesmo que não seja tão significativo e polêmico quanto parece.

Vencedor do Oscar de melhor animação em 2003, A Viagem de Chihiro é, sem exageros, a obra prima de Hayao Miyazaki, e uma das maiores animação de todos os tempos. Sua estrutura inteligente e visualmente bela mostra o motivo pelo qual Miyazaki é um dos maiores nomes da atualidade dentro das animações, e também o porquê de tantas pessoas lamentarem sua declaração de aposentadoria após o longa Vidas ao Vento (2014). Uma viagem emocionante que deve ser apreciada por todos os fãs de cinema, ou apenas para quem gosta de se aventurar por terras desconhecidas.

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