Vincent: a história de Vincent Van Gogh, Barbara Stok


Este livro foi uma cortesia da editora L&PM

Quem não conhece Vincent Van Gogh que atire a primeira pedra. O pintor excêntrico, um dos poucos a se dedicar inteiramente à criação, tornou-se um ícone artístico e suas matizes são conhecidas por todo o mundo. Por isso, tornou-se um dos artistas mais importantes do mundo. Isso poderia ser um exagero da minha parte, mas tenho certeza que não. Você pode não saber muito sobre a vida dele, a época exata em que viveu e outras coisas, mas certamente já viu pelo menos algum de seus muitíssimos quadros. Diante disso, tive o prazer de descobrir a incrível HQ feita por Barbara Stok, que mostrou-me uma visão diferente sobre Vincent Van Gogh.

A história começa com a despedida de Vincent e seu irmão Theo, quando o artista está prestes a ir para Arles, no sul da França. Depois de um período de dois anos em Paris, Van Gogh parte para um local que, segundo ele crê, irá inspirá-lo em sua arte. E realmente isso ocorre. Longe de todo o alvoroço da vida cosmopolita e perto da calmaria, diante de paisagens bucólicas e campestres, ele começa a produzir. De dia ou de noite, desenvolve seus estudos e dedica-se com afinco a suas obras.

Mas, claro, nem tudo é tão simples. O período narrado por Barbara na história foi também o mais tenso de Vincent, e a autora fez uma ótima escolha. O tempo de Vincent em Arles foi, também, o seu mais produtivo. Na época, sonhava em criar uma casa para artistas, em que a única tarefa seria produzir obras, sempre respirando arte. Ele deu o primeiro passo para isso quando alugou uma casa e hospedou Gauguin, famoso pintor que era seu amigo. Entretanto, Gauguin não aguentou as excentricidades de Van Gogh e foi embora. Nesta época o artista começou a ter as crises psicóticas, sendo que a sua loucura talvez seja o detalhe que mais seja lembrado quando pensamos nele. Seus ataques pelas ruas de Arles tornaram-se constantes -- em um deles, Vincent cortou a própria orelha --, tanto que isso resultou com que a população do local assinasse um abaixo-assinado para a sua internação.

Algo que acrescenta muito à graphic novel são as cartas que Vincent e Theo enviavam um ao outro. A autora trabalhou na HQ por três anos, nos quais que contou com o apoio do Museu Van Gogh, que é o maior preservador da obra do pintor pós-impressionista. Nas cartas estão anotadas todas as suas angústias, assim como uma forma a mais de podermos saber de sua maneira de ver o mundo. Elas aumentam ainda mais o intimismo do pequeno livro, fazendo com que nos sintamos próximos ao incompreendido artista. Aliás, “intimismo” é uma palavra que marca bem a HQ. O primeiro nome do autor em fonte grande na capa evidencia isso. A autora possui traço leve e infantilizado, que reconta com peculiaridade a história. Aliás, a recriação que Barbara faz de quadros famosos de Vincent é muito boa. Ela, como qualquer bom desenhista, não limita as informações às palavras, mas sugere várias coisas através dos desenhos, algo que eu particularmente amo, pois sempre que relemos a obra vemos detalhes novos.

Apesar de ser uma ótima história (mesmo com seus dramas), não indico essa obra àqueles que não conhecem muito sobre o pintor, pois ficará a sensação de que algo está faltando. E realmente está. Barbara é econômica nessa mini-biografia de Van Gogh. O livro conta com 144 páginas, e mesmo focando-se em apenas um curto período da vida de Vincent, também omite muitos fatos e faz saltos temporais relativamente grandes. Mas se você não se importa com isso, “Vincent” é uma ótima pedida. Como já disse, é uma graphic novel curta, que pode facilmente ser lida em apenas um dia. A história de Van Gogh é muito triste em diversos momentos, mas a autora conseguiu criar algo leve e que, pelo menos para mim, fez-me admirar ainda mais esse grande artista.

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