Jurassic Park, Michael Crichton



Este livro foi uma cortesia da editora Aleph

Em 1993, se iniciava nos cinemas a série de filmes Jurassic Park. O que muita gente não sabe, pelo menos não a maioria que me viu lendo o livro, é que era uma adaptação de um livro escrito por Michael Crichton três anos antes. Jurassic Park conta a história que você já conhece, já sabe como termina, mas você tem em cada capítulo motivos para continuar devorando o livro como se não houvesse amanhã.


John Hammond é um milionário que teve uma ideia “brilhante”: recriar os dinossauros e transformar a ilha em que foram recriados em um parque de diversões. Após já ter feito as reproduções dos répteis, ele convida três especialistas para irem à ilha: o matemático Ian Malcolm, a paleobotânica Ellie Sattler e o paleontólogo Alan Grant. A visita desses três é armada por Hammond, que tem como finalidade obter o apoio do grupo para que eles indiquem a um grupo de investidores que a ilha será um modo de divertimento seguro.

Durante a montagem do parque vários acidentes acontecem. O livro começa com um desses acidentes, que acaba bem mal. E Hammond, provavelmente cego pela possibilidade de lucros, parece destinado a fazê-lo. Ian Malcolm, o matemático, é o único do grupo que desaconselha o projeto. Adepto da teoria do caos, ele acredita que todo tipo de tragédias vai acontecer.

E acontece.

Fica bem claro, a partir da construção do parque, que esse tipo de animal não pode ser contido. No meio de uma sabotagem empresarial, alguém desabilita todos os sistemas de segurança da ilha, deixando os visitantes isolados com os dinossauros que, agora, estão soltos.

O livro já tinha até então um ritmo muito bom e empolgante. Passa a ser frenético! Sério! A clássica cena das crianças, netos de Hammond, sendo atacados por um T-Rex também está no livro e ela tem o mesmo impacto no leitor. Inúmeros casos de ataques são relatados e o leitor segue lendo página atrás de página descontroladamente.

Michael Crichton mirou em ficção científica e acertou um pouco em terror também. Não o clássico com fantasmas e demônios, mas um enredo enervante repleto de cenas que testam a sua capacidade de ler uma frase inteira enquanto quer que ela termine logo. A verdadeira definição de ansiedade. O livro tem muitas doses de termos científicos e palavras do campo, mas todas facilmente relacionáveis e, em nenhum momento, o leitor se sente isolado da história, como poderia acontecer facilmente em um livro que se preste tanto a ser acurado cientificamente. Aliás, Crichton foi. Ele chegou a reescrever trechos do livro quando descobertas, recentes à época, confirmaram uma alteração no comportamento de um tipo de dinossauro que se tinha, até então, como fato.

Um dos aspectos mais interessantes é a possibilidade de realidade da história. Eu não entendo de biologia, nadinha mesmo, mas a maneira como é explicada a replicação dos dinossauros me fez crer que isso venha a ser possível. Gostei desse toque de realidade. Tornou a coisa menos fantasiosa e mais relacionável. Mesmo que essa aproximação da realidade envolva narração de cenas de humanos caçando dinossauros e sendo comidos no processo, e de dinossauros caçando humanos.

São inevitáveis as comparações com o filme de 1993 e eu as farei. O filme foi uma adaptação fiel ao livro na medida do possível. Tendo efeitos especiais inovadores para a época, tem seu mérito muito justificado, mas o livro é, digamos, “maior”. A história é basicamente a mesma, mas no livro temos um aprofundamento muito maior das situações e uma quantidade bem maior de histórias secundárias e paralelas. O desenrolar da história segue parecido. Entretanto, o final do livro mostra-se mais violento e chocante que o filme. Uma boa surpresa para aquele leitor que acredita que viu de tudo.

Michael Crichton escreveu um segundo volume, mas apenas por insistência de Spielberg. Sendo esse Jurassic Park uma obra única, já seria de ótimo tamanho. Seja você um entusiasta de dinossauros ou não, esse definitivamente é um livro a ser lido. Garantia de diversão, assim como assistir ao filme. Até mesmo mais. Eu até admito que li esperando ter, no final, um despertar de questionamento do tipo "até que ponto o homem pode interferir na natureza?" e eu tive, mas ignorei tudo porque Jurassic Park foi, acima de tudo, muito divertido de se ler. Até um T-Rex aplaudiria. Não, peraí...

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