O Teatro Mágico - Discografia - Parte 1

















“Sem horas e sem dores, respeitável público pagão, bem vindos ao Teatro Mágico!”

O grupo foi formado em 2003, em Osasco, no estado de São Paulo, criado e idealizado por Fernando Anitelli (de Presidente Prudente), que acabou tornando-se, além da voz da banda, o rosto conhecido. A maquiagem adotada por ele nas apresentações e mesmo nos clipes está até no ônibus de turnê do grupo. O Teatro Mágico (TM) reúne elementos artísticos de todos os tipos, como o circo, o teatro, a música, a poesia, a literatura (Os nomes do grupo e do primeiro álbum foram inspirados pelo livro O Lobo da Estepe, de Hermann Hesse) e até a política. Além de reunir todos esses elementos, a música feita pelo grupo é muito ampla, com uma gama enorme de instrumentos musicais que não vemos com muita frequência por aí, como gaita, xilofone e bandolim. Conheci o grupo em 2009, quando ele já tinha se tornado bem famoso e feito várias participações em programas de televisão famosos e até em novelas.


“A partir de sempre toda cura pertence a nós, toda resposta e dúvida. Todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser, todo verbo é livre para ser direto ou indireto. Nenhum predicado será prejudicado, nem tampouco a frase, nem a crase, nem a vírgula e ponto final. Afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas, entre vírgulas, e estar entre vírgulas pode ser aposto, e eu aposto o oposto: que vou cativar a todos sendo apenas um sujeito simples.”
O primeiro álbum de estúdio, Entrada Para Raros (2003), é o mais calmo, para mim, apesar de um verso remetendo a screamo – que também me agrada – em “Uma Parte Que Não Tinha”. Possui 19 faixas, sendo 18 músicas e uma introdução poética, “Sintaxe à Vontade”. A duração de cada uma varia de menos de um minuto até sete minutos e meio (“Tudo é uma coisa só”). Muitas músicas com base de violão acústico, além da música mais famosa do grupo, “O Anjo Mais Velho”.
Gosto muito, nesse álbum, de “A Fé Solúvel”, “Camarada D’água” e “Pratododia”, porque metáforas e trocadilhos, além de rimas extensas, me atraem bastante. Também vemos, em cada música, referências a outras artes, como uma referência a Mario Quintana. Deixarei a referência pra vocês procurarem, essa é fácil! Algumas frases nos fazem parar e refletir, ou mesmo repetir, para ter certeza que entendemos onde elas começam e terminam. Isso se repete e se mantém em toda a obra do Teatro Mágico.
“Você é riacho e acho que teu rio corre pra longe do meu mar, mar marvado seria o rio, que correndo do meu riacho levaria o que acho pra onde ninguém pode achar.”
A Fé Solúvel
No segundo álbum de estúdio, O Segundo Ato (2008), vemos uma pequena diminuição na duração total do álbum, porém na duração das músicas, que são novamente 19, a variação é ainda maior, e a última faixa chega à quase 10 minutos. Em “Pena”, críticas à sociedade e ao valor monetário da arte como um todo. Já “Sonho de Uma Flauta”, de novo com referências a Mario Quintana, é mais sentimental e meiga. A sequência é uma só durante a música toda, associação atrás de associação.
“Tem beijo que parece mordida, tem mordida que parece carinho, tem carinho que parece briga, tem briga que aparece pra trazer sorriso. Tem riso que parece choro, tem choro que é por alegria, tem dia que parece noite e a tristeza parece poesia.”
“Cidadão de Papelão”, minha música favorita, fala sobre andarilhos e é sensacional especialmente no DVD. Não consigo lidar com a apresentação do DVD ao vivo. Não dá para descrever fazendo jus ao espetáculo. É marcante de muitas maneiras diferentes, começando pelo homem vestido em um terno com desenho de jornal, com um saco, uma máscara e um chapéu, jogando-se de um lado para outro do palco. A expressão de todos é impressionante e lembra muito uma peça de teatro – faz sentido, não? Ainda tem o restante do grupo com os instrumentos (que, de novo, são bem diversificados) e até com sonoplastia em um trecho, que eu realmente achava ser um instrumento musical de verdade, até ver o vídeo. O instrumental dessa música é absurdo. A quantidade de instrumentos utilizada lembra até de Gogol Bordello, não sei como cabe tanta coisa junta em um palco só. Cada vez que assisto ao vídeo ou ao DVD Completo, encontro algo de novo nesta música.

Também contamos com “Xanéu n°5”, que tem a participação especial de Zeca Baleiro, no álbum, e de um rapper, Dog, no DVD. Fala sobre os meios de comunicação, televisão, redes sociais, e sobre o contato pessoal (Lembrando, 2008!). O toque do violino e do saxofone é maravilhoso. O solo de baixo e todo o arranjo musical dessa faixa é simplesmente brilhante, a combinação de tantos instrumentos foi muito bem trabalhada.

Cidadão de Papelão - DVD

Lembrando que descrevi apenas uma parte do trabalho deste grupo maravilhoso. O restante virá em breve, prometo, e a sequência é algo que vale muito a pena conferir.

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