A Esperança - Parte 1, Francis Lawrence



Fui ao cinema sem expectativa alguma para esse filme, convencido de que seria monótono e cansativo ao extremo, assim como foi a primeira metade do livro. Devo dizer então que acabou me surpreendendo, até mais do que eu esperaria. A nova adaptação não conseguiu se destacar assim como Em Chamas, que considero também o melhor volume da trilogia, mas foi melhor que Jogos Vorazes.

A maioria dos comentários que eu vi foram reclamações sobre a ausência de ação, presente em boa parte dos dois primeiros filmes. Não os culpo por dizer isso, pois é verdade. O que incomoda é ver que muitas pessoas que vão ao cinema assistir A Esperança esperam uma guerra frenética ao decorrer de duas horas. O foco dessa adaptação não é isso, e sim mostrar a consequência dos acontecimentos mostrados no fim de Em Chamas e a fragmentação e preparação dos dois lados. Digamos que boa parte da revolução mostrada é como uma “guerra fria”, sem conflito direto; apenas alfinetadas que ameaçam um ataque de grandes proporções. De um lado, temos Katniss, o símbolo de esperança dos rebeldes, impulsionando os habitantes de Panem a lutarem contra a repressão da Capital. Do outro, temos Peeta, clamando por um cessar fogo. A dúvida é: ele está ou não sendo forçado pela Capital a pedir isso?

Devo dizer que A Esperança é altamente político e mais impactante que os outros dois filmes. A tensão pela guerra iminente está presente ao decorrer de toda a adaptação. O receio do que virá em seguida dá um toque de obscuridade ao longa, diferente da previsibilidade de Jogos Vorazes e Em Chamas, em relação ao que poderá acontecer com certos personagens. Afinal, estamos mais próximos da guerra (e do final) do que nunca, e ninguém está a salvo.

Jennifer Lawrence dá vida a Katniss de um modo que não consigo imaginar nenhuma outra atriz no papel. No entanto, quem mais brilhou no quesito de atuação foi Josh Hutcherson, outra coisa que eu não esperava. Assim que eu li o livro, imaginei como é que ele conseguiria interpretar Peeta nas duas partes, pois exigiria muito além do que ele mostrou nos primeiros filmes. Acabou me deixando de boca aberta com sua interpretação em A Esperança, e espero que permaneça assim na parte final. Aliás, achei desnecessário dividir em duas partes, dava para fazer tudo sem enrolação em único filme de 2h40m aproximadamente. Mesmo assim, estou ansioso para o final, que promete muito.

Por fim, embora não haja uma edição oficial dos Jogos Vorazes no mais novo filme da saga, é notável que a Arena dessa vez é representada pela Capital, e apenas um lado sairá vitorioso. A revolução começou.

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