A Town Called Paradise, Tiësto

Depois de quase 5 anos sem lançar um álbum, Tiësto (ou DJ Tiësto para os conservadores) nos mostra seu mais novo trabalho: A Town Called Paradise. Ele fez história como produtor de trance e hoje ganha seu espaço na música pop, firmando-se cada vez mais como um dos maiores produtores de música eletrônica de todos os tempos. Os saudosistas lamentam a mudança de ares e os otimistas veem essa nova fase como uma evolução. Um homem que lançou eternos hinos da música eletrônica, que mudou completamente o cenário trance e influenciou uma geração de novos produtores, esse é Tiësto. Então, diante de tamanha grandiosidade, o que devemos esperar de A Town Called Paradise?

Para aqueles que acompanham sua jornada, não é novidade e já era esperado que o Tiësto se lançasse como um produtor de música pop. Mesmo em seu primeiro álbum já podíamos sentir essa pegada comercial em músicas como In My Memory e Close To You. No álbum seguinte, hits como Love Comes Again e Just Be conseguiram atingir um status pop mesmo sendo construções trance. E esses feitos se repetiram em seus álbums seguintes, até que chegamos em A Town Called Paradise, onde não há apenas um ou outro hit pop, mas um álbum inteiro composto deles. Aqui reencontramos parcerias de sucesso como o Christian Burns e Krewella em Shimmer e Set Yourself Free, respectivamente, e outras novas, mas não menos interessantes, como Icona Pop e Hardwell. 



Então é isso: Tiësto mudou mesmo. Haverá momentos em que você achará que está ouvindo uma música do Calvin Harris ou Avicii, mas mesmo estas falsas impressões não escondem a essência fundamental da música do Tiësto. Anos de experiência na produção de músicas muito bem elaboradas ofereceu um grande diferencial para o produtor, que não apenas produz músicas vendáveis, mas músicas vendáveis com uma produção experiente e certeira. Afinal, o trance propõe que o ouvinte entre em estado de êxtase apenas através da música, e o Tiësto, com suas inúmeras produções que faz arrepiar até o mais duro coração, trouxe essa essência para o mundo pop. Há faixas poderosas que mesclam um trance com hardstyle em formato mainstream como Can’t Forget e Echoes, como também há faixas feitas para estourarem imediatamente nas rádios e alcançarem boas alturas nos charts como os singles Red Lights e Wasted.



Se você, como eu, é um grande fã desse mestre e esperou um álbum pure trance, aconselho veemente que guarde suas lembranças dos velhos tempos com muito carinho. Aqui não há mais Nyana, Lethal Industry, Ten Seconds Before Sunrise, Adagio For Strings, Kaleidoscope, e outros tantos exemplos de produções magníficas, elas ficaram no passado. Mas se você gostou de produções como In The Dark, Escape Me, Knock You Out ou Sweet Things irá se deliciar com A Town Called Paradise, um álbum eletrônico pop conciso, bem construído, que leva a marca e a essência de um dos maiores expoentes da música eletrônica. Em sua nova trajetória DJ Tiësto não decepciona, mesmo que a nostalgia desampare os fãs saudosistas de vez em quando.

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