O Planeta dos Macacos - O Confronto, de Matt Reeves



Amanhã estreia em circuito nacional O Planeta dos Macacos – O Confronto, e quando o “núcleo” carioca do blog foi convidado para assistir uma sessão antecipada do filme, as expectativas eram muito altas. E o filme as superou! O confronto, segunda parte da introdução à história iniciada em 68, traz os eventos ocorridos 10 anos após a batalha espetacular na Golden Gate Bridge, e mostra a evolução das, agora, duas sociedades. O vírus criado por Will, apelidado de Gripe símia (em uma clara alusão à gripe suína), dizimou a maior parte da população e a humanidade voltou a uma era sem tecnologia, vivendo em racionamento constante, e sob o governo de um homem só. Equipados com armas, o intuito inicial dos humanos é se proteger contra outros grupos de humanos, que podem ser hostis.

Os macacos evoluíram graças ao mesmo vírus que destruiu a raça humana. Com foco em Caesar, vemos como ele levou os macacos da condição de cobaias à condição de sociedade, com graus hierárquicos, funções designadas e até uma escola, onde a principal lição é “ape no kill ape”, ou em não tão bom português, “macaco não matar macaco”. Caesar agora é pai, é marido e ainda é líder, e precisa lidar com os humanos na questão dos limites territoriais, levantada pela necessidade humana de reativar uma usina localizada no território, bem claramente descrito como “ape home”. A sociedade símia tem até língua oficial, a de sinais, e mesmo alguns macacos arriscam palavras faladas e, cenas desse tipo, são magníficas de se assistir. O confronto´ao qual o título se refere é a aparente disputa territorial entre as duas raças. Enquanto os humanos se dão o direito de explorar a selva, temos uma sociedade plena dentro da mesma floresta, que se sente ameaçada. Não, nada a ver com Avatar. Juro.

Andy Serkis continua sendo o melhor ator do elenco. E não é para menos! As expressões faciais e, desta vez mais presentes, corporais de Caesar são fascinantes. Aliás, todo o trabalho em CGI foi incrivelmente feito, com uma realidade que te faz esquecer que não são macacos reais o tempo todo. Um exemplo? Maurice, o orangotango apaixonante, é uma senhora de 48 anos. O elenco também conta com a adorável Keri Russel, a eterna Felicity, Jason Clarke em, talvez, seu melhor trabalho e Gary Oldman, que dispensa apresentações. Temos até o clichê do personagem do Kirk Acevedo estragando tudo usando uma arma. Interessante também reparar que o filme tem um núcleo de elenco específico para os macacos, escolhido muito seletamente.

Um outro aspecto do filme que preciso ressaltar é a fotografia, com jogos de câmera muito interessantes e perspectiva dinâmica. Em um dos momentos há uma perseguição, e enquanto um personagem se esconde, metade da tela fica escura por conta da parede. Me fez virar a cabeça para tentar ver. A ferramenta do 3D não é necessária, mas é como pôr calda no sorvete: só melhora algo já muito bom. Matt Reeves fez um ótimo trabalho seguindo Rupert Wyatt na direção, e o resultado é uma avalanche de imagens lindas, significativas e muito bem feitas que vão deixar você sentindo falta do filme no exato momento em que começarem a rolar os créditos.

O confronto é, assim como o anterior, um filme incrível, com fôlego para sustentar os 130 minutos sem deixar o espectador entediado um segundo sequer, desde as primeiras cenas, com ação, emoção e muito suspense, até o final, com ação, muita emoção e um suspense quase táctil! Como fã, eu ficaria muito chateado de ter que falar algo de mau do filme, mas estou aliviado de ter sido tão bom que as falhas não foram percebidas por mim. Por fim, se fosse para analisar o filme todo em uma única palavra, uso a de Malcolm, tentando descrever o funcionamento da sociedade símia que tinha presenciado: “remarkable!” (extraordinário).

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