Evil Friends, Portugal. The Man



Em 4 de Junho de 2013, essa banda de nome estranho lança o sétimo álbum de sua carreira: Evil Friends. Talvez você nunca tivesse ouvido falar de Portugal. The Man, uma banda de rock que veio lá do frio do Alaska, EUA, mas talvez devesse prestar atenção.

Portugal. The Man começou sua vida musical em 2005 com vontade de fazer música experimental e psicodélica. Porém, passados 6 bons álbuns nessa premissa, eles guardam seu passado e decidem fazer diferente. Para ouvintes antigos, se não viesse com a marca Portugal. The Man na capa, provavelmente nunca saberíamos que Evil Friends é seu sétimo álbum, tamanha é a diferença de sonoridade entre os dois polos da carreira dessa banda. Uma mudança boa? Talvez.



Evil Friends é um álbum excelente, do início ao fim, produzido pelo Danger Mouse do Broken Bells. Ouve-se sem medo, porque é bom e  familiar. E essa é a palavra-chave desse álbum, tudo é familiar. Há momentos em que parece que estou escutando alguma música perdida do MGMT. E isso pode ser algo ruim, passa a imagem de falta de autenticidade. Certos críticos apontaram justamente essa “falha”, chegando a concluir que o álbum não passa de uma grande reciclagem. Mas como na se cria, tudo se copia, podemos ao menos dizer que Portugal. The Man e o Danger Mouse fizeram boas músicas, mesmo que as colagens e referências se sobreponham em alguns momentos.




Liricamente falando, existem vários temas que permeiam um só: A rebeldia. Portugal. The Man é politicamente engajada, seus integrantes são ateus e eles não tem medo de falar. E esse é, para mim, o ponto principal do álbum. As letras são boas, cheias de sarcasmos, assuntos polêmicos e não são óbvias. Há uma grande falta na música em geral, de músicas instrumentalmente bem feitas, aliadas com um apelo pop, com letras que possuam conteúdo. Evil Friends tem tudo isso, e ainda tem umas artes legais. Posso quase garantir que esse álbum ficará semanas na sua cabeça.

I just don't like to pretend
That I could ever be your friend

Don't pray for us
We don't need no modern Jesus

I'm not afraid to die
Don't care if I get older
(Trechos de Evil Friends, Modern Jesus e Hip Hop Kids, respectivamente)

Por fim, é quase tentador concluir que sem o Danger Mouse esse álbum ainda continuaria na linha experimental da carreira do Portugal. The Man. Com seu apelo pop, inúmeras referências, músicas bem construídas, letras interessantes, Evil Friends tinha tudo para ser o novo Torches do Foster The People. Um ano depois de seu lançamento isso ainda não aconteceu, o que é uma pena, pois parece que essa mudança de sonoridade era, na verdade, uma vontade de fazer a banda estourar nas rádios. Bom, a banda esteve aqui no Lollapalooza e quem assistiu o show gostou muito. Acho que ainda iremos escutar falar bastante dessa banda de nome estranho.

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