Clube da Luta, Chuck Palahniuk


                                      "Esta é a sua vida e ela está acabando, um minuto por vez."
                               
A primeira regra do clube da luta é... não, vamos esquecer disso por enquanto.

Clube da Luta, livro de estreia do autor Chuck Palahniuk, trata, antes de tudo, sobre as regras. Regras que as pessoas impõem-se. Regras que a sociedade nos impõe. As regras do clube da luta. Essa é a definição do próprio autor para a obra. Lançado em 1996, o livro se tornou um clássico contemporâneo devido às inúmeras críticas ao nosso mundo e às criaturas que nele vivem.

Quem conduz a narrativa é o nosso querido personagem sem nome que, assim como milhares de pessoas, é escravo de um sistema social alicerçado no prazer ante o consumo exagerado e desnecessário. Ele tem um bom emprego, um bom carro e um bom apartamento abarrotado de móveis e utensílios dos quais não precisa. Apesar disso, sofre de insônia e não há nada que o faça voltar a dormir. Entre idas e vindas, sua vida acaba se chocando com a de duas pessoas: Marla Singer e Tyler Durden. Marla, a garota inquietante que o defrontou, e Tyler, o amigo excêntrico que o mostrou a solução. Ele odeia Marla. E ama Tyler.

O excêntrico Tyler, por sua vez, tem uma ideia e desenvolve, junto a nosso humilde narrador, um clube de lutas, no qual homens frustados se reúnem com o intuito de esbravejar sua masculinidade, e gritar a todos o quanto estão insatisfeito com o mundo. O grupo é composto, em sua maioria, por pessoas que Tyler define como os "filhos do meio" do  mundo, "aqueles que são rejeitados até pelo próprio Deus". Logo, os clubes da luta disseminam-se, ficando cada vez maiores e mais famosos, Durden torna-se uma lenda viva e, usufruindo da popularidade dos clubes, cria um plano que irá sacudir a sociedade, e apenas nosso querido narrador sem nome pode impedir isso.

Clube da Luta é um livro ácido, inortodoxo e cheio de críticas. Possui uma narrativa simples e sem floreios. Por vezes, nos deparamos com flashbacks que, assim como tudo no livro, chegam sem avisar. A obra possui altas doses de existencialismo, com trechos e citações que são verdadeiros tapas na cara do leitor. A escrita de Chuck é diferenciada, podendo causar no início um pouco de estranheza a quem lê, mas não vejo isso como uma coisa ruim. A narrativa é enérgica e habilmente guiada por nosso protagonista, e afirmo sem dúvidas que o capítulo final é uma das cenas mais impressionantes que já li.

Por isso, e muito mais, junte-se ao Clube da Luta, seja um macaco espacial e faça parte da revolução de Tyler. E lembrando, o livro trata das regras. O clube em si é o de menos.

3 comentários:

  1. Parabéns, Cai! Excelente resenha.
    Você capturou perfeitamente o existencialismo da obra do Chuck.
    Xero!
    :*

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  2. Muito interessante! Sua maneira de escrever e de captar o sentimento do livro me abriu o desejo de lê-lo. Parabéns pela resenha!

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    1. Muito obrigado! Fico feliz que a minha resenha tenha te motivado a ler o livro. E não perca tempo, esse livro é realmente incrível.

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