Livro x Filme: As Vantagens de Ser Invisível




Dando início a uma nova série aqui no Blog, Livro x Filme tem como objetivo analisar uma obra em duas mídias diferentes. Um assunto que, muitas vezes, gera divergência entre fãs. Mas, afinal, qual é melhor?

Um dos filmes mais aclamados de 2012, As Vantagens de Ser Invisível conseguiu conquistar um público de todas as idades. Baseado no livro homônimo do próprio Stephen Chbosky, o que esta obra tem de tão tentadora para ter alcançado o sucesso que obteve?

À primeira vista, muitos preconceitos surgem ao ver a sinopse de As Vantagens de Ser Invisível, aliás, filmes adolescentes estão surgindo aos montes na geração atual e, na maioria das vezes, o conteúdo é dispensável. Porém, com uma visão totalmente além de um drama adolescente, Stephen Chbosky faz questão de nos entregar um longa-metragem com material de qualidade e que ficará marcado na vida de muitas pessoas.

O livro/filme conta a história de Charlie, um menino de 15 anos que, aparentemente, é tímido e possui dificuldades para se relacionar com outras pessoas. Após passar por vários problemas, como a morte de seu melhor amigo e de sua tia favorita, Charlie está pronto para começar a cursar o primeiro ano do ensino médio e assim conhece os veteranos Patrick e Sam, que estão em seu último ano no colégio, com os quais começa uma amizade inseparável. Até aí tudo bem, uma trama sobre amizade entre adolescentes, mas filmes/livros assim existem vários. Então o que faz deste um assunto em específico? Simples: seus personagens marcantes e a sensibilidade que Chbosky teve ao contar sua história.

Tanto o livro quanto o filme são narrados pelo próprio Charlie através de cartas para um destinatário desconhecido, o que nos dá possibilidade de conhecer melhor o que se passa em sua mente. Com o desenrolar da trama, conseguimos enxergar a personalidade e os problemas de todos os personagens, mostrando traços muito comuns na adolescência, como a curiosidade e a descoberta, o que é muito bem apresentado na história, falando desde drogas até conflitos psicológicos.

Tudo isso é trabalhado com extremo cuidado, desviando com maestria de clichês e estereótipos de filmes "teens". Porém, o maior questionamento que o filme traz é: o que é ser diferente? Simples, um atleta é diferente de um nerd, uma líder de torcida é diferente de uma punk. Mas será mesmo que eles são tão diferentes assim? Será que, ao tirar a parte exterior e manter apenas as características e os problemas centrais dessas pessoas, elas não passam a ser iguais? Ou melhor, não somos todos invisíveis aos olhos de outras pessoas?

Falando agora sobre a parte técnica do filme. É raro ver um escritor adaptar sua própria obra e fazer um bom trabalho. Por exemplo, o escritor Stephen King resolveu dirigir um filme chamado Comboio do Terror (1986), que foi um fracasso. Contudo, para nossa surpresa, este não é o caso de Chbosky, que nos entrega uma direção excelente e surpreendente para um diretor estreante, sabendo trabalhar muito bem com transições de cenas, criações de diálogo, fotografia e, acima de tudo, trilha sonora, que sem dúvida é uma das melhores. As cenas são perfeitamente bem elaboradas, mas preciso ressaltar uma em especial que é a cena da "Música do Túnel", em que Sam, Patrick e Charlie estão andando de caminhonete e começa a tocar a música Heroes de David Bowie, e Charlie diz a marcante frase "Eu me sinto infinito".

Outro ponto principal para tornar o longa tudo que ele foi é o seu elenco competente formado por Logan Lerman (Charlie), Ezra Miller (Patrick) e Emma Watson (Sam). Os três atores possuem uma química natural, difícil de achar em qualquer filme, sem falar de suas atuações que fazem com que seus antigos papéis sejam esquecidos. Não tem como assistir e imaginar a Emma Watson como a intelectual Hermione, ou Logan Lerman como o semideus Percy Jackson; eles conseguem escapar dos personagens que os tornaram conhecidos e mostram os seus talentos como atores.

Para finalizar, qual é a minha escolha: filme ou livro? Neste caso, terei que escolher o filme. Motivo: o impacto da história em formato de longa-metragem é muito maior do que se tem ao ler o livro, pois a combinação de todos os fatores, trilha sonora, o elenco, direção, entre outros, o torna o filme que melhor retratou a adolescência desde O Clube dos Cinco (1985). Porém isto não torna o livro dispensável, você poderá conhecer de maneira mais profunda a vida de Charlie. É uma boa pedida para quando você terminar o filme e ficar com a sensação de "quero mais", pois As Vantagens de Ser Invisível é o tipo de obra que você quer que nunca acabe.

2 comentários:

  1. Eu ainda preciso reler esse livro para entender novamente. Quando assisti o filme não curtir muito pq senti falta de algumas partes. Mas preciso analisar novamente o livro e filme ♡ Adorei a sua crítica, Muito bem estruturada. Senti falta de imagens sabe? Adoro imagens em um post é cansa menos, visualmente hehe. garotaveneta.com

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    1. Oi, Natália. Que bom que você gostou da análise ^^ Pode deixar que tomaremos precauções em relação às imagens :D Abraço.

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