Corra, Lola, Corra, Tom Tykwer







O que você faria se tivesse a oportunidade de recriar uma determinada situação, alterando pequenos acontecimentos para que o resultado final fosse diferente? Este é o foco principal de Corra, Lola, Corra. Não, o filme não tem nada a ver com viagens no tempo ou qualquer coisa parecida: Tykwer simplesmente nos conta a mesma história três vezes. Parece cansativo? Felizmente, o filme nem chega perto de ser isso.

A trama começa quando Manni (Moritz Bleibtreu), o coletor de dinheiro de uma quadrilha, esquece uma sacola com 100.000 marcos dentro do metrô, e, para recuperar o dinheiro, ele ameaça assaltar um supermercado. Porém, antes de realizar o assalto, ele liga para sua namorada Lola (Franka Potente) e explica a situação. Para impedir que seu namorado cometa tal ato, Lola promete conseguir o valor necessário. Só existe um problema: ele precisa do dinheiro em 20 minutos. Então Lola tem que correr.

Enquanto segue seu objetivo, Lola "esbarra" em pequenos personagens que não trazem relevância à trama, porém enriquecem muito mais o conjunto da obra, pois vemos os acontecimentos futuros daqueles personagens. Explorando a Teoria do Caos – teoria usada em outros filmes, como O Efeito Borboleta – cada mínimo detalhe pode alterar os fatos e acontecimentos do filme, analisando, de maneira nada sutil, as trivialidades do cotidiano.
Carregando o título de "um dos maiores nomes do Cinema Pós-moderno", Corra, Lola, Corra trás aspectos próprios, desde o desenrolar dos acontecimentos até as características visuais, como as roupas e o cabelo da protagonista. A direção de Tykwer combinada com a trilha sonora tecno (também feita por ele) faz com que o ritmo frenético fique evidente na trama, deixando o telespectador nervoso com a série de acontecimentos.

O filme pode ser, erroneamente, comparado com O Feitiço do Tempo (Harold Ramis, 1993). Ao contrário do longa de Ramis – a história de Phil (Bill Murray), um homem amargo que fica preso em um dia específico e é obrigado a vive-lo repetidamente – aqui é trabalhada a possibilidade de realidades paralelas. O objetivo de Lola é sempre o mesmo, porém as pequenas variáveis da vida estão presentes a todo o momento, fazendo com que seu desenrolar mude completamente por um acontecimento que pode ser, à primeira vista, supérfluo.

A qualidade narrativa de Tykwer carrega o telespectador durante todo o decorrer de sua história sem deixar que você se perca no caminho. Uma pessoa que nunca se aventurou por mundos cinematográficos além do hollywoodiano não irá se assustar a encarar esta produção alemã. Se você estiver lendo esta resenha, significa que estamos na realidade em que eu a escrevo, então aproveite que estamos aqui e corra contra o tempo para assistir a esta obra de Tom Tykwer.

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