Quase Famosos, Cameron Crowe






“This is happening. NOW!”
Sabe quando você se culpa por ter apreciado algo genial muito tempo depois? Por exemplo, quando deseja que estivesse vivo na época dos Beatles ou em Woodstock? Então, estou assim em relação a minha admiração a esse filme e a culpa é toda minha. ‘Quase famosos’ foi lançado em 2000 e eu lembro de, dentre minhas várias visitas semanais à locadora, olhar para a capa do VHS desse filme e ignorá-lo e levar um ‘Pânico’ ou ‘Eu sei o que fizeram no verão passado’. Demorei 14 anos para ver um de meus filmes preferidos. Se eu voltasse no tempo, pegaria o ‘quase famosos’ da prateleira e me bateria com ele. Eis o porque...

Willian Miller é filho de uma mãe superprotetora. Desde comer apenas carne de soja a mentir a idade do filho para avança-lo na escola, ela inclusive proíbe rock and roll em casa, que afirma induzir a “drogas e sexo promíscuo”. Quando sua irmã sai de casa, Willian ganha dela uma bolsa com vinis de discos famosos e o amor pelo rock se inicia. Fascinado pelo ritmo, ele segue um produtor musical, Lester Bangs, ao sair de uma entrevista em uma rádio local e recebe um trabalho dele: US$ 35 por uma entrevista com o Black Sabbath, que faria show na cidade. No local do show, tentando entrar nos bastidores, ele conhece Penny Lane, que não posso chamar de groupie (aliás, ninguém pode!), e a banda Stillwater. Após uma série de eventos, Miller é convidado pela banda para sair em turnê com eles e no meio disso ainda recebe uma ligação do editor da Rolling Stone para oferecer-lhe trabalho. O desenvolvimento do restante do filme tem que ficar a cargo do espectador.



Apesar de ter sido um fracasso financeiro, com orçamento de US$ 60 milhões e US$ 44 milhões de bilheteria, o filme foi indicado a 4 oscars – atriz coadjuvante para Kate Hudson e Frances McDormand, melhor edição e melhor roteiro original, tendo vencido esse último – e foi um sucesso de crítica. Apesar de longo, o filme não é cansativo, e a história trafega de comédia a romance, passando por momentos de tensão de uma maneira simples e atrativa, empolgando o espectador e o convidando a fazer parte da turnê da banda. É fácil rir das piadas internas ou das reações. É uma roda de amigos da qual você também faz parte. Algo que é digno de nota no filme é a direção de arte. O longa é uma produção de 1998/1999 ambientado em 1973 e o transporte no tempo da imagem vai desde roupas e máquinas usadas até as referências e aspecto das cidades.
“Daqui a um ano será 1984. Já pensou no que isso significa?”
Dentre lindas imagens e diálogos implorando significados ocultos, ‘Quase Famosos’ é um filme atemporal, e digo isso com conhecimento de causa, afinal, demorei 14 anos para vê-lo e não me senti assistindo a um filme antigo. Os atores foram bem escolhidos e funcionam muito bem como uma banda, mesmo que fictícia. Um grande trunfo da obra é explorar muito o relacionamento fã com ídolo, mostrando que as vezes não é sempre a música que os une.



“Miss Penny Lane, como a música... Qual é seu verdadeiro nome?”

Quase Famosos é uma linda história sobre amor a música acima de tudo. Como um aficionado por rock and roll, principalmente o old school retratado no filme, me senti presenteado com uma homenagem a meus ídolos e ao trabalho que fizeram. Não que seja necessário ser um saudosista desse tipo de música para apreciar o filme, já que ele é bem mais que isso, mas também não significa que, qualquer que seja seu estilo de música preferido, você não vá sentir nenhuma emoção nas cenas de shows. “Então Miss Penny Lane, como a música, me diz seu nome verdadeiro?!”

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