A Droga da Obediência, Pedro Bandeira

















Talvez eu não tenha gostado muito desse livro por ter lido recentemente, e não na época da escola (na capa diz que é indicado para a 4ª série), ou com a idade dos personagens dos livros. Ou talvez eu simplesmente não goste da construção do livro e dos próprios personagens. Em geral, não gosto de livros curtos porque os personagens e a própria história não costumam ser bem construídos. Esse foi o caso, na minha opinião.

O livro de Pedro Bandeira faz parte de uma série, chamada Os Karas, sobre alguns adolescentes de uma escola de elite, chamada Elite (oh, the irony!), que “combatem o mal”. Este livro, o volume 1, conta a história de uma experiência científica “má” e secreta, com alunos de alguns colégios de elite de São Paulo, que são sequestrados de uma maneira inusitada, após tomarem a “Droga da Obediência”. Depois que a tomam, eles ficam sob total controle do vilão da história, o Dr. Q.I., agindo como zumbis, sem limites, sem vontade própria, sem pensamentos. O objetivo é controlar toda a juventude. O enredo é bem infantil e simples, o que é bem apropriado.

Miguel, Crânio, Calú e Magrí são os membros dos Karas, estudantes exemplares, sempre atentos e muito inteligentes. Possuem personalidades diferentes e algumas poucas características pessoais descritas ao longo do livro. Chumbinho, um garoto que queria fazer parte do grupo deles (e é negado) também desempenha um papel muito importante no enredo.

Já conhecia o autor por ter lido dois de seus livros no ensino fundamental, chamados "Agora Estou Sozinha" e "Anjo da Morte" (também da série Os Karas), e na época não ter achado nem bom, nem ruim. Pedro Bandeira, pelo que eu conheço, escreveu muitos livros infanto-juvenis, em geral com alguma lição de vida. Não gosto muito desse estilo de livros muito curtos, como já disse, mas creio que provavelmente gostaria de livros dele em outro estilo, caso conhecesse (se é que existem). A narrativa é bem construída e limpa, em terceira pessoa, com cortes de cena muito bem feitos. É um livro que iniciou muitas pessoas no mundo da leitura, além de levar a certas reflexões sobre o mundo de hoje como, por exemplo, a vontade que alguns indivíduos têm de querer controlar as vidas das pessoas ao seu redor.

“Pensei também: mas será que isso é apenas ficção? Será que tudo isso já não está acontecendo atualmente com a jovem humanidade drogada, vagando como idiotas semimortos, sem fé no futuro, sem fé em si mesmos e já sem a força e a garra de que todos precisamos?”

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