Pedra no Céu, Isaac Asimov




Este livro foi uma cortesia da editora Aleph.

Isaac Asimov é um dos principais pilares da ficção científica. Autor de inúmeros sucessos de crítica e de vendas como Fundação e Eu, Robô, Asimov se tornou um autor indispensável no gênero e seu começo foi tão incrível quanto seu desenrolar. Prova desse começo espetacular foi seu primeiro romance Pedra no Céu, escrito em 1950 e relançado em 2016 pela Editora Aleph.

Asimov era um autor com visão. Antes de sequer termos TV a cores, ele já imaginava com vivacidade viagens no tempo e naves espaciais. Sua riqueza de detalhes em cada descrição de objeto ou cenário é tanta que não sei como foi possível. Asimov foi uma espécie de profeta do futuro quando, nas décadas de 50 e 60, imaginou coisas como TV de tela plana, celulares, internet e, até mesmo, a depressão como mal do século.

Joseph Schwartz é um alfaiate aposentado que durante uma caminhada de verão é transportado milhares de anos para o futuro. Na sua chegada, se depara com uma Terra totalmente diferente do que é agora. Sem ter como se comunicar com os habitantes que encontra de imediato, Schwartz recebe uma avalanche de informações que o fazem concluir onde está, ou melhor, quando está.

O começo do livro é um tanto tumultuado. São diversos núcleos sendo apresentados quase ao mesmo tempo. Já vi isso em outros livros, então não foi um problema para mim. Após esse começo um pouco confuso para alguns leitores, somos apresentados com mais “calma” aos demais núcleos do livro. Conhecemos um historiador que está na Terra do futuro para fazer uma pesquisa a fim de comprovar sua teoria, ridicularizada no futuro, de que teria sido a Terra o berço da humanidade. Conhecemos também um outro cientista que está trabalhando no protótipo de um aparelho que, com seu uso, promoverá maior compreensão sobre o que teria ocorrido com nosso planeta. Como teria chegado nesse estado deplorável? Como foi de berço da humanidade (nós sabemos, mas eles não) para um planeta marginalizado?

A partir dessas questões surge um questionamento maior, que admiro muito, comum em obras de ficção científica: a evolução do homem foi tanta em relação a tecnologia, que acabou por provocar a involução como humano. Muitos planetas foram conquistados e não há limites desconhecidos no universo, mas ainda há a necessidade de categorizar raças e discriminar aquelas que tal categorização coloca em patamares inferiores.

O fato de ter sido escrito em 1950 fica um tanto claro na obra de Asimov. O temor de um mundo dominado por forças militares em guerra e o que pode ocorrer a partir daí são questões não abertamente presentes, mas estão ali, como uma coceira de que não conseguimos nos livrar. A própria corrida para colonizar outros planetas é referenciada no livro, fazendo um paralelo com a polarização das duas superpotências da época: EUA e a antiga URSS.

Pedra no Céu é considerado um prelúdio para a saga Fundação. Não li a saga, mas, se for mesmo um prelúdio, Pedra no Céu concluiu seu dever e me deixou numa curiosidade imensa para ler os demais livros. Asimov iniciou a sua carreira de um jeito majestoso que não podia ser mais adequado para um dos melhores escritores de ficção científica de todos os tempos.

Encontre a Editora Aleph através do Site OficialFacebookTwitterInstagram.

0 comentários:

Postar um comentário

 

BLOG HORRORSHOW - CRIADO E DESENVOLVIDO POR ARTHUR LINS - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © 2015