A Guerra dos Tronos, George R. R. Martin

Logo na página que sucede a capa o leitor recebe um convite sedutor para mergulhar no universo de A Guerra dos Tronos, primeiro livro da série As Crônicas de Gelo e Fogo, que conta com sete livros. Nela, imprime-se um mapa do continente de Westeros, onde se passa a história, com a localização de todos os castelos, vilas, portos, ilhas, vias, entre outras localidades citadas no decorrer da trama. Além disso, no apêndice do livro, encontram-se anexadas descrições das principais Casas, com suas linhagens e diversas outras informações a respeito. É uma introdução fascinante, na qual o futuro espectador de uma fantasia extraordinária é apresentado ao mundo onde ela se passa.

Devo dizer, desde já, que, apesar de não ter lido os outros livros da série ainda, a obra de George R. R. Martin é, sem dúvida, uma das melhores fantasias que já li. Muito nela me agrada: a forma como é narrada, o enredo, a variedade de personagens, a mistura de um mundo possível numa antiguidade medieval com um mundo fantasioso e cheio de magia e criaturas lendárias.

O livro é longo, 591 páginas impressas com uma fonte pequena e margens comedidas; não é uma leitura rápida, mas é viciante e fluída. Possui um enredo cheio de nomes e marcado pela riqueza em detalhes, em que cada batalha é narrada de perto, de uma guerra civil dinástica entre as famílias pelo Trono de Ferro ─ onde se senta a maior autoridade dos Sete Reinos. Porém, essa guerra não é o único foco narrativo; genericamente, podemos dividir a trama em três focos. Simultaneamente, no extremo Norte, há a ameaça da volta dos Outros, seres fantásticos e perigosos que habitam as terras além da Muralha. Esses seres são favorecidos com a chegada do inverno, que pode durar meses ou décadas, e tudo leva a crer que o inverno está próximo e será longo. Além disso, em outra parte do continente, a ganância de Daenerys Targaryen, última representante de sua família ─ família esta que já foi uma das mais poderosas de Westeros, mas que teve seu rei, pai de Daenerys, assassinado em outra guerra civil ocorrida anos antes ─, faz com que mexa seus pauzinhos na tentativa de reconquistar o trono.

Algo que muito me encanta na obra são as personalidades variadas e extremamente marcantes. Calcula-se que até o quarto livro da série tenham sido nomeados mais de mil personagens, claro que poucos citados com profundidade. De qualquer forma, as personagens frequentes também são inúmeras, todas elas com suas convicções e personalidades, de quem se constrói uma imagem nítida na cabeça e se torna íntima do leitor. Nenhuma é uma daquelas figuras quadradas; todas tem suas peculiaridades e se tornam marcantes de alguma forma. Inclusive, os capítulos são dividos e nomeados de acordo com alguns personagens, acerca de quem se foca a narração. Há, por exemplo, os capítulos entituados Eddard, Jon, Catelyn, Tyrion e assim por diante.

Frente a tantas personalidades e cenários diferentes, nem preciso citar que o livro causa no leitor grande variedade de emoções: raiva, indignação, tristeza, dúvida, ansiedade, curiosidade, alegria; e até sentimentos que mais dificilmente são despertados em ficções fantasiosas, como o orgulho e a saudade. É um livro completo. Àqueles que gostam de fantasia, de tramas medievais e histórias longas, A Guerra dos Tronos é mais do que recomendado.

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